domingo, 12 de dezembro de 2010

Centro Popular de Goiás promove atividades pelo fim da violência contra a mulher em Luziânia




  
Atividades pelo fim da violência contra a mulher marcaram esse final de semana do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG) – Campus Luziânia. Nesta sexta e sábado, 10 e 11 de dezembro, alunos do IFG, servidores e comunidade se mobilizaram para conscientizar a sociedade da importância de se combater e denunciar esse tipo de violência.

Foram realizadas hoje, 11, palestra sobre gênero, sexualidade e violência e caminhada com a distribuição de panfletos e folderes explicativos. A Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/06), que em 2010 completa 4 anos, foi um dos assuntos da palestra. Foram distribuídos também, durante as atividades, preservativos masculinos e femininos.

A diretora do Centro Popular da Mulher do Estado de Goiás (CPM), Norma Esther Negrete Calpiñeiro, participou das atividades que marcaram o encerramento da campanha 16 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres. “Há 25 anos vivemos uma luta constante pela melhora na qualidade de vida da mulher. Infelizmente, a mulher ainda é muito discriminada e é uma das principais vítimas da violência. Pesquisas mostram que a mulher é vista, ainda, como objeto”, disse Norma ao relatar sua luta pela não agressão às mulheres.

Como dica àquelas que sofrem violências, a diretora do CPM enfatizou a existência das delegacias da mulher e da Lei Maria da Penha. “A Lei existe e deve ser cumprida. Ela é clara no sentido de proteger a vida da mulher. Vamos denunciar! Não podemos ficar caladas”.

Para a professora do IFG, Letícia Érica Ribeiro, quem organizou as atividades, quanto mais denúncias forem feitas, melhor será para que a sociedade consiga diminuir cada vez mais esse tipo de violência. “As mulheres devem ser encorajadas para denunciar as agressões, tanto físicas quanto morais. A lei (Maria da Penha) está aí e veio para assegurar maior segurança a elas”, afirmou.

Antônia de Oliveira Souza Alves, dona de casa, participou do ato público realizado ontem, 10, em frente ao Centro de Convenções de Luziânia. “Temos que abrir a boca, pedir socorro, pois isso pode acontecer a qualquer hora e com qualquer uma de nós”, disse após dar um depoimento no qual contou que uma vizinha sofria agressões.

A Campanha

A Campanha 16 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, realizada desde 1991, em 135 países, estabelece um elo simbólico entre violência contra as mulheres e direitos humanos, enfatizando o fortalecimento da auto-estima da mulher e seu empoderamento como condições para sair das situações de risco.

O tema da campanha é a aplicação e implementação da Lei Maria da Penha. Seu período de duração é de 25 de novembro a 10 de dezembro devido a quatro datas importantes na luta pelo fim da violência contra as mulheres. São elas: 25 de novembro – Dia Internacional da Não-violência contra as Mulheres; primeiro de dezembro – Dia Mundial de Combate à Aids; 6 de dezembro – data do massacre das Mulheres de Montreal, que fundamenta a campanha Mundial do Laço Branco; 10 de dezembro – Dia Internacional dos Direitos Humanos. E, no Brasil, a campanha começa um pouco mais cedo, dia 20 de novembro, devido ao Dia Nacional da Consciência Negra.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Ato Público pelo fim da violência feita às mulheres

 No Dia 27 de Novembro, o Centro Popular da Mulher realizou um Ato Público em comemoração ao Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher.¨O Ato fez parte das atividades da Campanha dos 16 Dias de Ativismo pelo fim da Violência contra a Mulher e aconteceu na Feira da Lua, em Goiânia.

Durante a atividade foram distribuídos panfletos sobre a Lei Maria da Penha e Ana Carolina Barbosa, presidenta do CPM, falou sobre a importância de se combater toda forma de violência contra a Mulher. Uma ação em favor da prevenção contra a Aids, também foi realizada, com distribuição de preservativos e  incentivo ao uso do preservativo feminino, como uma arma poderosa no combate a feminização do HIV.

Um outro ato público, desta vez na cidade de Luziânia,   com a realização de palestras e caminhada pelo fim da violência contra as mulheres será realizado nos dias 10 e 11 de dezembro. A ação que é uma iniciativa do Centro Popular da Mulher do Estado de Goiás (CPM), tem a participação do Instituto Federal de Goiás – Campus Luziânia.

As atividades marcam o encerramento da Campanha 16 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, que visa conscientizar a sociedade da importância de combater e denunciar todo tipo de violência contra a mulher e comemorar os quatro anos da Lei Maria da Penha.

Confira a programação:
Dia: 10/12/2010

Ato Público pelo fim da violência feita às mulheres.
Local: Em frente ao Centro de Convenções de Luziânia (GO)
Horário: 16 horas

Dia 11/12/10
Ciclo de Palestras com o tema: Uma vida sem violência é um Direito das Mulheres
Local: IFG – Campus Luziânia

Horário: das 8:30 às 11 horas

Caminhada pelo fim da violência contra as mulheres
Local: Saindo do IFG
Horário: das 11 às 12 horas.

CENTRO POPULAR DA MULHER E IFG DESENVOLVEM ATIVIDADES NO DIA MUNDIAL DE COMBATE A AIDS



Em conscientização ao Dia Mundial de Combate à Aids, que se dá em 1º de dezembro, alunos do curso técnico integrado em Suporte e Manutenção em Informática (Proeja) do Instituto Federal de Goiás – Campus Luziânia organizaram, na última semana, atividades sobre a importância de se combater a doença e o preconceito por meio da prevenção e da solidariedade.

Diretora do Centro Popular da Mulher de Goiás (CPM/UBM), Dra Norma Esther Negrete Calpiñeiro, ginecologista obstetra, ministrou palestra sobre o tema Mulheres vivendo com Aids em Goiás para que os alunos pudessem tirar suas dúvidas.

“O virus do HIV é um redutor da imunidade, da integridade e da dignidade humana e traduz as desigualdades e as iniquidades da sociedade. As pessoas vivendo com Aids sofrem mais com o preconceito do que com a própria doença”, afirmou Dra Norma.

Além da palestra e debate, houve também uma oficina sobre sexo seguro, com demonstração do uso do preservativo feminino e de sua importância. Ainda, um grupo de alunos do Proeja passou de sala em sala para falar sobre o tema e distribuir material educativo e preservativo para todos os alunos e servidores do campus Luziânia.

“Atividades assim contribuem para nossa formação enquanto pessoas e cidadãos. É preciso nos conscientizar de que com a Aids não se brinca. Mostramos que somos conscientes usando o preservativo em todas as relações sexuais e também procurando o CTA (Centro de Testagem e Aconselhamento) para fazer o teste. Eu já fiz, é rápido, seguro e sigiloso”, disse a aluna Márcia Dias, do Proeja.

A professora do IFG, Letícia Érica Gonçalves Ribeiro, que esteve junto aos alunos na organização das atividades, comentou sobre a importância dessa conscientização. “O último relatório do Ministério da Saúde revela um crescimento enorme de contaminação na faixa etária entre os 15 e 24 anos. Por isso, é preciso orientar nossos jovens sobre os riscos de se fazer sexo sem camisinha. Os tabus sobre o tema da sexualidade devem ser quebrados e a escola é o melhor lugar para isso”, disse.

A atividade foi realizada em parceria com o Centro Popular da Mulher de Goiás, que forneceu preservativos e material educativo.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

MANIFESTO PELO FIM DA VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES E MENINAS



União Brasileira de Mulheres (UBM) lança neste Dia Internacional pela Não Violência Contra a Mulher, comemorado em 25 de novembro em todo o país, o Manifesto “Pelo fim da violência contra mulheres e meninas. Pela completa aplicação da Lei Maria da Penha”. No documento, a entidade reafirma o seu compromisso em defesa da emancipação, saúde e direitos da mulher e aponta os avanços obtidos por meio da criação de políticas públicas e serviços de combate à violência contra as mulheres. Clique aqui e leia o Manifesto na íntegra.

Nas últimas três décadas, o combate à violência contra a mulher - preocupação fundamental dos movimentos sociais, feminista e de mulheres - vem sendo intensificado. No Brasil, a Campanha “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres”, se tornou uma das mais importantes estratégias de mobilização e sensibilização da população para a problemática da violência contra as mulheres. De acordo com o Manifesto, ela dá “visibilidade às diferentes formas de violência, ainda presentes no cotidiano de muitas mulheres, a fim de sensibilizar a sociedade e cobrar do Estado o seu enfrentamento, que só se dará com a implantação das políticas públicas”.

Lei Maria da Penha - O documento também reforça a necessidade da implementação da Lei Maria da Penha. Sancionada em agosto de 2006, a lei combate à violência doméstica e de gênero, prevê punições mais rigorosas para as agressões e, entre outros, garante direitos de proteção às mulheres vitimadas. “A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a violência doméstica como um problema de saúde pública, pois afeta a integridade física e a saúde mental. Portanto, a defesa do Sistema Único da Saúde (SUS), garantindo a ampliação de uma rede de atendimento digno e eficaz, e o acesso aos serviços com muito respeito ao nosso corpo é uma das questões centrais para a efetivação da Lei Maria da Penha”.

No Manifesto, a entidade também exige das autoridades a ampliação das políticas públicas para por fim à violência contra as mulheres e meninas, além de explicar o impacto social que estas geram. “Há poucos anos, os casos de violência passavam despercebidos. Hoje, as pessoas têm auxiliado as mulheres a procurar apoio. A existência da lei "desnaturaliza" a violência e, com isso, as pessoas se tornam mais ativas ajudando as mulheres a pedir proteção. Outro dos grandes feitos da Lei Maria da Penha é o seu amplo conhecimento na sociedade e a compreensão das mulheres de que seus direitos são humanos”.

Rede de Atendimento - Outro ponto que a UBM enfatiza são os serviços de combate a violência contra as mulheres. Segundo a entidade, dados da Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 –, da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), confirmam que as pessoas estão denunciando e procurando mais informações sobre a violência doméstica. “De acordo com informações da Central, o Ligue 180 registrou 343.063 atendimentos entre janeiro e junho deste ano, 112% a mais que o mesmo período de 2009. Em quatro anos de atividade, a Central atendeu 371.537 pedidos de informações sobre a Lei, sendo que, desses, 67.040 somente nos seis primeiros meses deste ano”.

Dados da SPM também indicam que o número de serviços especializados para mulher aumentou em 161% no período desde sua criação, em 2003. Atualmente, existem 889 serviços especializados: 464 Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher, 165 Centros de Referência de Atendimento à Mulher, 72 Casas-Abrigo, 58 Defensorias Especializadas, 21 Promotorias Especializadas, e 12 serviços de responsabilização e educação do agressor. No que se refere à Justiça, foram criados, após a promulgação da Lei Maria da Penha, 89 juizados especializados/varas adaptadas de violência doméstica e familiar.

Campanha – A Campanha 16 dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, que vai de 20 de novembro a 10 de dezembro, está na sua 20ª edição e envolve organizações de 159 países. A data coincide com as comemorações ao aniversário da promulgação da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

O 25 de novembro - Criada em 1981 durante o I Encontro Feminista Latino-Americano e do Caribe, realizado em Bogotá (Colômbia), objetivava homenagear - simbolicamente - às irmãs Mirabal (Pátria, Minerva e Maria Teresa), assassinadas pela ditadura de Leônidas Trujillo na República Dominicana. Em 1999, a Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece a data como Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

QUEBRE O CICLO DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Fim da violência contra as mulheres - Nós, todos e todas, devemos nos unir

Nova York (EUA) - Nós nos juntamos aos milhões de mulheres e homens, grupos comunitários, redes pelos direitos das mulheres, parceiros governamentais, parlamentares, trabalhadores de saúde e professores que fazem do 25 de novembro - Dia Internacional pelo Fim da Violência contra as Mulheres - um dia em que nos unimos e renovamos nosso compromisso comum com o fim da pandemia global da violência contra as mulheres.
No mundo todo, mulheres e meninas continuam a sofrer violência dentro e fora de suas casas, muitas vezes pela ação de parceiros íntimos ou pessoas da sua confiança. A violência de gênero, especialmente a violência sexual, também se tornou uma característica complicada e persistente das situações de conflito armado. O fim das violações dos direitos humanos das mulheres é um imperativo moral pelo qual todos devemos lutar juntos. O impacto de tal flagelo na sociedade – seja de ordem psicológica, física ou econômica – não pode ser mais evidente. Enfrentar esta violação persistente também pode reverter o impacto econômico da significativa queda de produtividade e aumento dos gastos com os cuidados de saúde - recursos gastos com um problema evitável.
A campanha do Secretário-Geral “UNA – SE pelo fim da violência contra as mulheres” deu um novo impulso aos esforços para acabar com a violência contra as mulheres. Mais de 130 países contam hoje com leis contra a violência doméstica, mas é preciso fazer muito mais para aplicá-las e acabar com a impunidade. Mais homens e suas organizações estão aderindo a essa campanha pelo fim da violência contra as mulheres e meninas; porém, precisamos combater atitudes e comportamentos que pemitem ou até mesmo estimulam essa violência. Precisamos de serviços que permitam que os milhões de mulheres e meninas que sofrem abusos todo ano possam se recuperar e obter justiça. Precisamos responsabilizar os perpetradores. Precisamos intensificar os esforços de prevenção, de modo que um dia não precisemos mais nos reunir no 25 de Novembro e pedir o fim da violência contra as mulheres.
A união de esforços para acabar com a violência é responsabilidade de todos. Governos, empresas privadas, organizações da sociedade civil, comunidades e indivíduos podem dar contribuições essenciais. Homens e meninos devem incentivar ativamente o respeito às mulheres e a tolerância zero com a violência. Líderes culturais e religiosos devem enviar mensagens claras sobre o valor de um mundo livre da violência contra as mulheres.
Tão importante quanto nos unirmos pelo fim da violência é assumirmos a responsabilidade aportar recursos suficientes para este fim. Até o momento, o investimento tem sido insuficiente. No ano passado, o Fundo Fiduciário da ONU pelo Fim da Violência contra as Mulheres atendeu apenas 3% das propostas que recebeu de programas essenciais para o avanço. O Fundo tem uma meta de US$ 100 milhões disponíveis por ano, que todos podemos lutar para atingir. Esses recursos serão destinados a governos, organizações da sociedade civil e agências da ONU que atuam em incidência política e inovação pelo fim da violência contra as mulheres e meninas.
Passo a passo, podemos trabalhar juntos e juntas rumo ao dia em que todas as mulheres vivam livres de violência e realizem plenamente seu potencial como poderosas agentes de sociedades prósperas e pacíficas.

Mensagem da Subsecretária Geral da ONU Mulheres, Michelle Bachelet

DIA INTERNACIONAL DA NÃO-VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Como a vida das mulheres está mudando no Brasil


A desigualdade de renda entre mulheres e homens começa a ficar menor no Brasil. Entre 2004 e 2008 houve crescimento de 14,5% nos rendimentos reais femininos e de 12,4% dos masculinos. Mudança decorre principalmente de dois fatores: a política de valorização do salário mínimo e as políticas sociais de transferência de renda. Bolsa Família, o principal programa de transferência de renda para combate à miséria e à pobreza no país tem 53% de mulheres entre os atendidos e 93% das responsáveis preferenciais pelo recebimento do benefício.

No Brasil, a luta política pelos direitos das mulheres e pela igualdade nas relações de gênero impulsionou a adoção de políticas públicas e leis em campos como saúde sexual e reprodutiva, trabalho, direitos políticos e civis e violência sexista. Os direitos de cidadania das mulheres e as condições para seu exercício são questões centrais da democracia, e não apenas questões das mulheres. Há avanços significativos na construção dos direitos civis e políticos das mulheres brasileiras.

O papel dos movimentos feministas foi fundamental nesse percurso. Com sua articulação e mobilização, eles foram decisivos para a elaboração de leis e políticas públicas voltadas a eliminar as desigualdades entre homens e mulheres, no espaço público e privado.

Os primeiros governos eleitos no Brasil após a ditadura e as diretrizes neoliberais impostas nacionalmente atingiram de forma drástica a vida das mulheres brasileiras: desemprego com níveis alarmantes, violência doméstica sem ação governamental, políticas de privatização de serviços que prejudicaram especialmente as mulheres (creches, sistemas de água e luz, saúde).

Em 2003, o presidente Lula criou a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres para desenvolver ações conjuntas com todos os Ministérios e Secretarias Especiais, tendo como desafio a incorporação das especificidades das mulheres nas políticas públicas e o estabelecimento das condições necessárias para a sua plena cidadania. O governo federal se empenhou para promover mais autonomia e mais cidadania para as brasileiras, transformando demandas históricas dos movimentos feministas e de mulheres em políticas públicas, e para mudar o vergonhoso panorama da violência sexista em nosso país

Uma das mais importantes ações foi o destaque dado à promoção da igualdade de gênero, raça e etnia no Plano Plurianual 2008-2011, através do enunciado do seu quarto objetivo estratégico: “Fortalecer a democracia, com igualdade de gênero, raça e etnia, e a cidadania com transparência, diálogo social e garantia dos direitos humanos”.

Implementar políticas que se chocam, cotidianamente, com a cultura dominante não é tarefa fácil e muito menos para ser enfrentada de maneira exclusiva por qualquer das esferas governamentais e de poder. É necessária participação articulada e permanente de todos os atores sociais envolvidos.

O Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (PNPM), que se encontra em sua segunda versão, é um poderoso instrumento no processo de incorporação da agenda de gênero no âmbito das políticas públicas do governo federal. Através dele, ações relativas ao avanço dos direitos das mulheres foram incorporadas nas políticas e programas desenvolvidos nos diferentes ministérios.

Em 2004, através de um processo inédito de diálogo entre governo e sociedade civil, realizou-se a I Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres. As suas etapas municipais e estaduais envolveram diretamente mais de 120 mil mulheres em todas as regiões do país. Em 2007, envolvendo 200 mil mulheres em todo o Brasil, realizou-se a II Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres. O II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres é hoje um instrumento orientador para o enfrentamento às desigualdades entre homens e mulheres no Brasil.

A diversidade que caracteriza as mulheres brasileiras demanda intervenções que considerem as especificidades e necessidades de cada grupo social. Historicamente, a intersecção de características como sexo, raça/etnia, região de origem, orientação sexual, entre outras, contribui para criar situações de maior ou menor vulnerabilidade no acesso aos serviços ofertados pelo Estado e no usufruto dos direitos constitucionalmente assegurados.

Oito anos de mudanças e conquistas para as brasileiras

- Desigualdade de renda entre mulheres e homens começa a ficar menor no Brasil. Entre 2004 e 2008 houve crescimento de 14,5% nos rendimentos reais femininos e de 12,4% dos masculinos. Mudança decorre principalmente de dois fatores: a política de valorização do salário mínimo e as políticas sociais de transferência de renda.

- Bolsa Família, o principal programa de transferência de renda para combate à miséria e à pobreza no país tem 53% de mulheres entre os atendidos e 93% das responsáveis preferenciais pelo recebimento do benefício. Mais poder de decisão na hora de comprar reforça a segurança alimentar das famílias e também a autoestima das mulheres.

- Pedreiras, ceramistas, pintoras, encanadoras, azulejistas, eletricistas são algumas das formações obtidas nos cursos de capacitação do Programa Mulheres Construindo Autonomia na Construção Civil. Desenvolvido pela SPM em parceria com governos municipais e estaduais, tem como meta inicial a formação de 2.670 mulheres em quatro estados (BA, RS, SP e RJ) até 2011. As atividades já começaram. Em junho de 2009, no Rio de Janeiro, 150 mulheres das comunidades do Morro da Formiga, Vila Paciência e Kelson se inscreveram para participar da iniciativa.

- Investimentos em habitação, saneamento e infraestrutura realizados no país nos últimos anos tem impacto direto na melhoria da vida de toda a população do país e beneficia, em particular, as mulheres, que passam a dispor de melhores condições para o desempenho de suas tarefas cotidianas e de mais tempo para cuidar de si mesmas. Na avaliação da SPM, destacam-se neste aspecto os programas de eletrificação, construção de cisternas e de habitação.

- Outras iniciativas com impacto na inclusão social e também na melhoria da qualidade de vida das brasileiras são o Programa Minha Casa, Minha Vida e a expansão do crédito para pessoas que nunca tiveram conta bancária ou acesso aos caixas eletrônicos. Hoje, mais de um terço dos financiamentos habitacionais são destinados às mulheres e elas passam a ser também signatárias de 40% dos contratos de crédito imobiliário da Caixa Econômica Federal.

- O programa Brasil Alfabetizado tem entre seus inscritos, desde 2005, 57% de mulheres. Outra ação importante foi a sanção do Programa Empresa Cidadã, que amplia a licença maternidade para seis meses. Benefício implantado para todas as servidoras federais.

- A violência contra a mulher foi enfrentado pelo governo Lula e encarado como problema de Estado: aprovação da Lei Maria da Penha (13.340/2006), criação do Ligue 180 (Central de Atendimento à Mulher) e implantação do Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher Neste ano, o investimento será de mais de um bilhão de reais na Rede Nacional de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência.

- Mais de um milhão de documentos emitidos, em 2.091 mutirões de documentação realizados até 2009. Com documentos, mais de 550 mil mulheres do meio rural passaram a ter acesso às políticas públicas do governo.

- 35.697 contratos de financiamento, representando mais de R$ 247 milhões para mulheres agricultoras de unidades familiares (Pronaf Mulher), entre 2003 e 2008. Avanço de 24,1% para 55,8% no índice de mulheres titulares de lotes da reforma agrária, entre 2003 e 2007. Aumento de 13,6% em 2003 para 23% em 2007 do total de mulheres chefes de família em relação ao total de beneficiários da reforma agrária.

Um governo bom é aquele que se volta para os principais interesses de sua população, globalmente. No caso das mulheres será fundamental manter a continuidade da evolução das conquistas que alcançamos com o governo Lula. E ainda podemos ter o gostinho delicioso de superação do preconceito elegendo uma mulher, Dilma Rousseff, como nossa presidenta.

Fernanda Estima -  Jornalista e militante feminista.


(**) Texto preparado a partir da publicação “Com Todas as Mulheres, Por Todos os Seus Direitos”, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17098

sábado, 16 de outubro de 2010

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

sábado, 25 de setembro de 2010

Michelle Bachelet assume órgão na ONU em defesa da mulher


Nomeada em 14 de setembro para chefiar a ONU Mulher, Michelle Bachelet, ex-presidente do Chile, colocará a nova instituição em ordem de batalha até janeiro de 2011, data a partir da qual a agência começará a funcionar. No mundo das ONGs que militavam há anos pela criação de uma agência “dedicada” às mulheres, poucas nomeações teriam sido recebidas com tal unanimidade.

Nesta entrevista concedida ao Le Monde, Bachelet afirma que suas prioridades serão combater a violência doméstica e sexual, bem como lutar contra as consequências da crise que atinge gravemente as mulheres.

Fazendo isso, ela manifesta sua vontade de não se deixar fechar dentro dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), especialmente aqueles que dizem respeito à redução da mortalidade infantil e da mortalidade materna, que acabam de receber um programa de US$ 40 bilhões (R$ 69 bilhões).

Aos 59 anos, Michelle Bachelet, que refletiu longamente sobre esse engajamento no cenário internacional, pretende utilizar toda a notoriedade que lhe vale sua posição de ex-chefe de Estado e de nova secretária-geral adjunta da ONU, que a coloca no topo da hierarquia das Nações Unidas.

Le Monde: Quais serão suas prioridades nos próximos meses?

Michelle Bachelet: Nos próximos três meses, vamos trabalhar para reunir e colocar em sinergia as quatro entidades que compõem a ONU Mulher. Com duas prioridades. A primeira será combater a violência contra as mulheres, um campo que não é coberto pelos ODM. Esse problema atravessa todas as sociedades, sem exceção: 70% das mulheres no mundo sofrem violência doméstica. Nós nos esforçaremos especialmente para reduzir o imenso abismo que existe entre as legislações que protegem as mulheres – existem muitas delas – e sua aplicação, que continua sendo muito fraca. Também quero que a ONU Mulher se envolva na luta contra as mutilações genitais: 3 milhões de mulheres são vítimas delas no continente africano a cada ano. Essa guerra à violência contra as mulheres certamente também inclui o combate ao tráfico de mulheres, ao estupro, que ocorre em grande escala nos países em conflito, como a República Democrática do Congo, por exemplo.

Nossa segunda prioridade será agir sobre as consequências da crise. Atualmente, a distribuição do emprego é muito desigual entre homens e mulheres no mundo. Fora da agricultura, o acesso das mulheres ao emprego é limitado: somente 31% das mulheres trabalham em um outro setor. É uma porcentagem que, além disso, camufla enormes disparidades regionais (20% somente no sul da Ásia e na África). Sem contar que muitas vezes se trata de empregos meio-período e com baixos salários. A crise agravou o problema.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho, o desemprego entre as mulheres aumentou mais rápido do que entre os homens. Milhões de mulheres estão sem emprego, o que gera uma série de consequências. Quando as mulheres perdem seu emprego, aumenta o índice de abandono escolar, por exemplo. De maneira geral, que se trate de crise financeira, alimentar, energética ou de mudança climática, todas as crises afetam duramente as mulheres.

Le Monde: Seu orçamento de US$ 500 milhões é suficiente?

MB: É um orçamento inicial, e é preciso considerá-lo como tal. É um mínimo, e precisamos de bem mais, mas pediremos aos Estados-membros que aumentem sua participação, que façam um investimento “nas” mulheres.

Le Monde: As ONGs querem que a agência disponha de suas próprias forças em campo. O que a senhora acha disso?
MB: A partir de agora, a Unifem está presente em 80 países. Não é suficiente, e quero ampliar essa presença. Nesse sentido, concordo com as ONGs. Mas quero que o dinheiro vá para as comunidades de mulheres que atuam em campo.

Le Monde: A senhora parecia hesitar em assumir a frente da ONU Mulher...

MB: Não é uma questão de hesitação, mas eu precisava fazer uma escolha. Não é fácil quando você tem mais de 70% de aprovação em seu país! As pessoas temiam que eu fosse abandoná-las, e não quero abandoná-las. Estarei em Nova York, não é tão longe. E vou trabalhar para a causa das mulheres, uma causa que também diz respeito às mulheres do Chile. É um trabalho maravilhoso e fascinante.


quinta-feira, 2 de setembro de 2010

CENTRO POPULAR DA MULHER REALIZOU NESSA QUARTA-FEIRA DE ATO PÚBLICO EM COMEMORAÇÃO AOS 4 ANOS DA LEI MARIA DA PENHA

O Centro Popular da Mulher de Goiás promoveu nessa quarta-feira, 01 de setembro, um Ato Público, na praça do Bandeirantes - Goiânia, em comemoração aos 4 anos da Lei Maria da Penha. A atividade, além de comemorar essa grande conquista das mulheres, teve o objetivo de conscientizar e esclarecer as mulheres sobre a Lei, também incentivar a denúncia de violência e maus tratos.

A Lei n. 11.340, conhecida como Lei Maria da Penha, foi decretada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo Presidente Lula em 07 de agosto de 2006, no intuito de proibir a violência doméstica e familiar contra a mulher e aumentando o rigor nas punições. Esta lei é considerada uma das melhores do mundo pelo Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem), contudo ainda é preciso avançar na implementação da mesma.

Com a Lei Maria da Penha, os crimes de violência doméstica deixaram de ficar limitados ao registro de um Termo de Ocorrência, sem ouvir testemunhas, e encaminhados aos Juizados Especiais Criminais que, muito frequentemente, condenavam o agressor ao pagamento de cestas básicas.

A luta agora é para que o crie mecanismos eficientes para colocá-la em prática, com a criação e implementação de casas abrigos, delegacias da mulher, juizados especializados e centros de referências, para que a mulher possa ser atendida na integralidade.


A violência contra a mulher ainda é muito grande, por isso é necessário que continuemos divulgando a Lei Maria da Penha e incentivando as mulheres a denunciar todo e qualquer ato de violência, assim como exigir que as denúncias não tombem no esquecimento.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

CPM organiza Ato Público em Comemoração aos 4 anos de Sansão da Lei Maria da Penha


O Centro Popular da Mulher de Goiás (CPM/UBM) tem o prazer de convidar você para participar conosco de um Ato Público em Comemoração aos 4 anos de Sansão da Lei Maria da Penha, que se realizará no dia 17/08 (terça-feira) a partir das 8:00hs na Praça do Bandeirante, Goiânia.



Contamos com sua participação, para que junt@s possamos divulgar e dar mais visibilidade a Lei essa grande conquista, a fim de que mais mulheres possam conhecê-la e assim exigir o seu cumprimento.

Não serve ao feminismo tentar nivelar ideologias díspares

Não voto em candidaturas antiaborcionistas e entendo que só merece ser eleito para o Executivo quem respeita a pluralidade de opiniões existente numa sociedade democrática e compreenda que as leis num Estado laico não podem seguir um caminho teocrático. Já escrevi que as eleições presidenciais de 2010 aportam uma novidade: é a primeira vez que a direita lodosa, casquenta, casqueira e intiqueira ficou "sem mel e sem cabaça" e não indicou nomes viáveis à Presidência da República.

Não sumiu do mapa, nem sumirá, a expressão do pensamento conservador, racista e feudal que zanza por aí e faz política; somente se viu obrigada à fragmentação e se imiscuiu nas três candidaturas mais visíveis, Dilma, Marina e Serra, e exerce influências sobre elas. Desconheço candidato(a) que disse que não quer voto esse ou voto aquele, logo a presença conservadora no leque de apoios, a depender da extensão dos acordos eleitoreiros, cerceia candidaturas e até impede avanços discursivos em temas espinhosos, como o aborto. Não significa que mudou de opinião, apenas que é tático e sábio silenciar fazendo política segundo as circunstâncias.

É espantoso que se passe o rodo nivelando Dilma, Marina e Serra como igualmente antiaborcionistas, pois a realidade não respalda. Há inúmeras declarações de Dilma sobre aborto. Tive a pachorra de "googlar" para escarafunchar uma fala da candidata contra o aborto e... nada! Serra e Marina estão roucos de anunciar que são contra por convicção! A que serve alardearmos que são, igualmente, contra a liberdade reprodutiva? É um equívoco monumental de análise política pelo qual pagaremos um preço muito alto, já que sangradora de princípios ideológicos do feminismo.

Exceto Plínio de Arruda Sampaio, do Psol, para quem "as mulheres devem ter o direito de decidir sobre a interrupção da gravidez e a legalização do aborto", não ouviremos promessas sobre descriminalização e legalização do aborto, já que as três candidaturas mais competitivas não têm interesse que o aborto seja tema de campanha, como, aliás, nunca foi no Brasil.

Por que teria de ser, obrigatoriamente, no pós-jogo de "acende, queima, assopra e apaga..." sobre aborto nos dois mandatos de Lula, embora ele tenha dito várias vezes que o governo via o aborto como um problema, também, de saúde pública? "Pero" foi o único presidente do Brasil que verbalizou tal opinião. Todavia, ele quebrou acordos, amarelou e não peitou o Vaticano, não enviando ao Congresso Nacional a proposta de descriminalização elaborada pelo Grupo de Trabalho sobre Aborto, criado pelo seu governo!

Não me enganem que eu não gosto nem aceito! Nivelar as três candidaturas como igualmente desfavoráveis à descriminalização e legalização do aborto é um modo tacanho de esconder o discurso ultraconservador de Serra, já que o de Marina nem conta, pois é religioso. Ele disse: "Considero o aborto uma coisa terrível". E foi além. Declarou que legalizar o aborto equivale a liberar uma carnificina e que "dificultaria o trabalho de prevenção, como no caso da gravidez na adolescência, que é um assunto muito grave. Vai ter gravidez para todo o lado porque (a mulher) vai para o SUS e faz o aborto". É uma declaração irresponsável e contra a universalidade do SUS! Constato, e lamento, que há feministas serristas, e assim mandam o feminismo pras calendas gregas, mas que coloquem palavras de Serra na boca da Dilma é inaceitável para todo o sempre, amém! O que é isso, companheiras?

FÁTIMA OLIVEIRA

Médica - fatimaoliveira@ig.com.br

segunda-feira, 26 de julho de 2010

UBM com Dilma para continuar mudando o Brasil

Nós mulheres brasileiras somos chamadas para novo desafio. Evitar retrocessos e prosseguir mudando o Brasil elegendo Dilma Rousseff, a primeira mulher presidente da república. Já estivemos presentes em grandes lutas populares em todos os tempos e lugares, ousando sonhar e construir um mundo diferente, verdadeiramente justo e igualitário. Já demos provas no passado de compromisso democrático quando lutamos por liberdades políticas para o povo brasileiro. No presente, queremos também ser protagonistas do esforço para construir um projeto de nação justa, com amplas oportunidades para toda a população.

Somos donas de nossa própria vida, de nosso corpo, de nossas escolhas. Queremos a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais. Queremos mais saúde, mais educação, mais cultura. Queremos uma vida livre de todas as formas de violência e opressão. Estamos mais vivas, vigilantes e combativas, ainda lutando pelo respeito que merecemos e nos opondo ao velho machismo que insiste em aparecer sob novas formas.

Estamos em alerta e sendo protagonistas de um novo projeto nacional de desenvolvimento, onde haja o devido lugar para a participação feminina nos espaços de poder e decisão.

Para nós, eleger Dilma presidente significa renovar essas esperanças na certeza de que podemos conquistar ainda mais. Com ousadia para inovar e para aprofundar as mudanças no Brasil.

A União Brasileira de Mulheres (UBM) já há algum tempo lançou a campanha “Mulher seu voto não tem preço”, entendendo que o papel da mulher na vida do país é de extrema relevância. As mulheres constituem 52% da população. Além de maioria no eleitorado, ainda temos um maior nível de escolaridade e somos quase a metade da população economicamente ativa do país. Apesar disso, não chegamos a 12% nos cargos de maior nível hierárquico no Parlamento, nos Governos Municipais e Estaduais, nas Secretarias de primeiro escalão do Poder Executivo, no Judiciário, nos Sindicatos e nas Reitorias. Mas, estamos pari passu com os homens na produção da riqueza do país.

Nós mulheres, continuamos a clamar por igualdade social e de gênero, contra qualquer tipo de discriminação de raça, cor, etnia, orientação sexual e de geração.

Apoiamos Dilma porque de seu futuro governo depende a conquista de um Brasil com mais desenvolvimento e soberania com distribuição de renda, socialmente equilibrado e ambientalmente construído, onde nós mulheres continuaremos a luta contra a violência de gênero, exigindo o cumprimento da Lei Maria da Penha, batalhando por mais casas abrigo e centros de referência.

Estamos com Dilma, pelo compromisso assumido publicamente pela diminuição da carga horária de trabalho e com igualdade salarial, pela implantação de equipamentos públicos que desonerem cada vez mais a mulher das estafantes tarefas domésticas.

Votaremos em Dilma, pela sua história em defesa da liberdade, e da possibilidade de continuar avançando nas políticas públicas como a defesa do Sistema Único da Saúde, garantindo a ampliação de uma rede de atendimento digno e eficaz, e o acesso aos serviços com muito respeito ao nosso corpo e às diferentes fases de nossas vidas. Ampliaremos as políticas públicas da Assistência Social, com aumento da inclusão social, do acesso e direito à moradia com investimentos ao desenvolvimento econômico com programas habitacionais.

Com Dilma Presidente teremos a possibilidade da Educação ganhar ainda mais o respeito às diferenças e o combate a qualquer tipo de discriminação e os estereótipos. Teremos escolas e creches de período integral para as crianças brasileiras.

Dilma Presidente é a certeza da defesa e do fortalecimento de instrumentos que combatam a mortalidade materna, com a implantação de Comitês de Prevenção da Morte Materna e a legalização do aborto.

Governaremos com Dilma, pois com mais mulheres no poder teremos mais democracia na cidade e no campo e faremos valer a lei dos direitos iguais, tornando as cidades mais humanas.

A campanha “Mulher, seu voto não tem preço – Com Dilma Presidente pra continuar mudando o Brasil” – entende que as mulheres responderão ao chamado de estarem à frente de mais este desafio. O voto feminino fará diferença para que as mulheres estejam ainda mais na política, com mais poder; ocupando espaço e fazendo a diferença!

Participaremos dos comitês de apoio a Dilma em todos os cantos do país com a certeza de que as mulheres e toda a sociedade continuarão a utopia pela construção de um mundo de igualdade contra toda a opressão!

Por tudo isso e por tudo que virá é que continuaremos firmes, fazendo de 2010 um ano de muitas vitórias para nosso povo e para nossas mulheres.

UBM com Dilma presidente do Brasil!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Centro Popular da Mulher de Goiás, realizando atividades de enfrentamento à Feminização do HIV/Aids

O aumento do número de casos de HIV na população feminina durante a última década é algo preocupante. Os números mostram que a vulnerabilidade da mulher ao vírus do HIV tem crescido de forma alarmante, principalmente entre as mulheres na faixa etária de 15 a 19 anos de idade.

Diante desse fato, autoridades, instituições especializadas e o movimento social organizado têm se juntado para enfrentar a Feminização da epidemia de Aids, por meio de políticas públicas, campanhas e atitudes de conscientização sobre a importância de empoderar as mulheres a fim de que elas possam ser capazes de exigir de seus parceiros o uso do preservativo e também incentivá-las a usar o preservativo feminino como uma arma contra a vulnerabilidade.

Nós do Centro Popular da Mulher de Goiás  temos realizado inúmeras ações de conscientização, de prevenção e promoção de saúde entre as mulheres em todas as faixas etárias. Estamos indo de encontro às adolescentes e jovens, mulheres da periferia, profissionais do sexo, enfim, estamos indo até onde elas estão, nas escolas, nos bairros, nas feiras e nas praças, a fim de mostrar para cada uma a importância de se cuidar, de se prevenir e de se amar.

O vídeo abaixo mostra um pouquinho desse trabalho. Esperamos que você realmente tire uns minutinhos para vê-lo. Caso o tema lhe interessar, você poderá encontrar vários outros vídeos disponíveis no youtube. Obrigada, por nos acompanhar nessa luta!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

O ABORTO E O ESTATUTO DO NASCITURO


Enquanto em muitos países o aborto é legalizado e, portanto, as mulheres que decidem fazê-lo o fazem de forma segura, com toda a assistência psicológica e médica que lhe é de direito, no Brasil, o movimento organizado de mulheres tem lutado, anos a fio, para que o aborto deixe de ser crime e para que as mulheres que o fazem tenham direito a viver ao invés de serem condenadas à morte ou à prisão.

Hoje, no Brasil, o aborto é legal em alguns casos: Estupro ou risco de vida para a mãe, mesmo assim, para que uma mulher vítima de estupro tenha acesso a esse “direito” deve passar por uma via crucis que passa pela delegacia de polícia, IML e tribunais de justiça, ficando a mercê de uma decisão judicial que pode ou não ser favorável. Isso sem falar na condenação antecipada da igreja, que se acha soberana e com direito de decidir sobre a vida ou a morte.

Achando que o sofrimento das mulheres pobres, vítimas de todo o tipo de violência e descaso, ainda é pequeno e que o fardo da mulher vítima de estupro - pobre, violentada, carregando no ventre o resultado de uma violação, condenada pela igreja, enfrentando IML e tribunais – ainda é leve, a Comissão de Seguridade Social e Família aprovou um projeto de Lei que cria o Estatuto do Nascituro e muda o texto que garante à mulher o direito realizar aborto em caso de estupro.

Se o projeto virar lei a mulher vítima de estupro não poderá mais abortar. Devo ressaltar que a MULHER POBRE, que é a principal vítima da violência e do descaso da sociedade, não poderá realizar o aborto assistido. A mulher rica, porém, continuará realizando com toda a segurança o aborto – independente se a gravidez é conseqüência de estupro ou não – em clínicas particulares e com médicos capacitados, sem contudo passar por qualquer tipo de condenação moral ou social e sem correr o risco de morrer vítima de hemorragia ou infecção.

Segundo o Ministério da Saúde, a prática de abortos clandestinos em condições de insegurança é responsável pela alta incidência de mortes maternas entre mulheres de idade de 15 a 19 anos. A morte por aborto é a quarta causa de morte entre as mulheres no Brasil, são 70.000 mulheres que morrem a cada ano em consequência de abortos mal realizados.

De onde vêm essas mulheres? Será que são SETENTA MIL mulheres com poder aquisitivo que morrem a cada ano no Brasil por realizarem abortos clandestinos? Quantos casos você conhece de mulheres das classes A e B que morreram vítimas de abortos mal realizados? Será que mulheres com algum poder econômico não fazem aborto?

Claro que mulheres das classes mais favorecidas também realizam abortos, e tem todo o direito e fazê-lo, de decidir sobre o seu corpo, como qualquer mulher. Defendemos que toda mulher, independente se rica ou pobre, tem o direito de decidir. Contudo, sabemos que as mulheres com poder aquisitivo, têm acesso a clínicas particulares e profissionais capacitados, ao contrário das mulheres com menor status sócio-econômico, que realizam abortos em clínicas clandestinas ou utilizando-se de remédios caseiros. Sendo assim, o acesso a serviços de aborto seguro está diretamente relacionado ao maior ou menor poder aquisitivo de quem necessita e busca tais serviços.

Conclusão: são as mulheres pobres, na maioria das vezes, pretas ou pardas, sem instrução e vítimas de todo tipo de violações de Direitos Humanos é que são condenadas a morrer em conseqüência de abortos mal realizados, ou - quando sobrevivem a eles- a serem condenas à prisão, à exclusão ou a carregar para sempre as seqüelas psicológicas e físicas de um ato de extrema violência e injustiça social.

Enquanto se deveria avançar, pensando o aborto como uma questão de saúde pública, como o tem feito muitos países; no Brasil existe pessoas que fazem o país retroceder com concepções retrogradas e de cunho religioso fundamentalista, tal como a deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), responsável pelo texto que propõe a mudança da lei.

O Estatudo do Nascituro ainda não se tornou Lei, para isso é necessário que ele seja aprovado em outras instâncias. Sendo assim, tod@s que acreditam que a mulher, independente da sua condição sócio-econômica, cor ou religião, tem direito à vida e a decidir sobre seu próprio corpo, devemos trabalhar para evitar que o nosso país retroceda em mais esse ponto.


Devemos ter sempre em conta que Estado não pode continuar controlando a vida sexual e reprodutiva das mulheres e que as leis contra o aborto e a sua aplicação discriminatória em relação as mulheres mais pobres perpetuam a discriminação em razão de gênero e de condições socioeconômicas.

Texto de Letícia Érica http://alma-feminina.blogspot.com/

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Centro Popular da Mulher de Goiás organiza evento: Participe e Contribua com a nossa luta.



SE VOCÊ DESEJA CONTRIBUIR COM O CENTRO POPULAR DA MULHER  PARTICIPANDO DESSA DELICIOSA ATIVIDADE LIGUE PARA 81524095 OU PASSE NA NOSSA SEDE : AVENIDA GOIÁS 759 - EDIFÍCIO FLÁVIA.
SUA CONTRIBUÍÇÃO É MUITO IMPORTANTE PARA QUE CONTINUEMOS NOSSA LUTA.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Milton Nascimento em Goiânia: PRESTIGIE!

MINISTÉRIO DA SAÚDE REPUDIA DECLARAÇÃO DE ALEXANDRE GARCIA SOBRE OS PARTOS DE MULHERES SOROPOSITIVAS

Em relação à edição desta sexta-feira (7 de maio) do Boletim "Mais Brasília", com Alexandre Garcia (O ÁUDIO NA ÍNTEGRA), o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde contesta e esclarece as seguintes informações:

1. A infecção pelo HIV não restringe os direitos sexuais nem os direitos reprodutivos dos cidadãos. Como o próprio Alexandre Garcia afirmou na sua coluna, "a saúde é direito de todos e dever do Estado". Não permitir que pessoas que têm HIV/aids tenham filhos é tirar delas o direito à cidadania. Negar isso é violar os direitos humanos fundamentais.

2. É a segunda vez que o jornalista discrimina as pessoas que vivem com HIV/aids em suas declarações. Uma lástima e um retrocesso para o jornalismo brasileiro. A primeira vez pressupõe desinformação, a segunda é uma clara demonstração de preconceito. Com o avanço da terapia antirretroviral no Brasil, há comprovado aumento da sobrevida e melhora significativa na qualidade de vida dos soropositivos. O diagnóstico não é mais uma sentença de morte. Pelo contrário, essas pessoas hoje fazem planos, querem casar e constituir família.

3. A afirmação de que o Ministério da Saúde está estimulando pessoas com HIV a engravidarem é equivocada. A decisão de constituir família é pessoal. No caso das pessoas que vivem com HIV, o Ministério da Saúde deve fornecer informações que possibilitem ao profissional de saúde orientar cada pessoa que deseje ter filhos com as informações mais precisas – sempre embasadas na melhor evidência científica disponível. Países como a Itália e a Inglaterra publicaram, recentemente, recomendações semelhantes. Os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) precisam saber sobre os métodos e riscos envolvidos nessa decisão, pois eles possuem esse direito – se assim desejarem – e já o fazem. Não cabe ao governo interferir no desejo da mulher de ter ou não filhos, mas sim permitir que essas mulheres que querem ser mães tenham seus filhos nas condições mais seguras para elas, para seus parceiros e para seus futuros bebês. Isso não é uma novidade. Em 2008, por exemplo, 3 mil mulheres sabidamente soropositivas engravidaram, comprovando essa realidade. O que se percebe na fala do jornalista é um preconceito descabido e uma desinformação que não condiz com o veículo sério do qual ele é porta-voz.

4. Desde meados da década de 1990, seguindo padrões internacionalmente estabelecidos, o Ministério da Saúde dispõe de um conjunto de diretrizes para prevenção da transmissão vertical do HIV. Essas medidas buscam a promoção dos direitos sexuais e reprodutivos de brasileiros e brasileiras. Estudos nacionais e internacionais comprovam que, quando todas as medidas preventivas são tomadas – uso de medicação antirretroviral durante pré-natal e parto, inibição da lactação e tratamento do bebê por seis semanas – a chance de transmissão do HIV da mãe para o bebê é reduzida para menos de 1%. Ao afirmar que a iniciativa “é uma maluquice”, o jornalista demonstra desconhecer os avanços científicos que reduzem a possibilidade de transmissão do HIV para o filho. O comentarista também deveria saber que o simples fato de “respingar sangue” de uma mulher infectada pelo HIV, durante o parto, não é suficiente para que ocorra transmissão do vírus. O controle da infecção em ambientes hospitalares pressupõe rotinas com precauções universais, não só em relação ao HIV, mas também no que se refere a outras doenças. Além disso, vários artigos científicos sobre o assunto foram publicados recentemente, mostrando a correlação entre transmissibilidade do HIV quando a carga viral é indetectável no sangue, no esperma e nos fluidos vaginais. Tais estudos tornam mais claros os riscos, dependendo da situação clínica de cada indivíduo.

5. Reduzir o número de crianças infectadas pela transmissão vertical, como vem acontecendo no Brasil, tem sido um avanço. O Ministério da Saúde conta com o apoio da emissora para dar à população a informação correta, sem preconceitos, de forma inclusiva, permitindo que essas pessoas exerçam a sua cidadania. Uma declaração discriminatória, como feita pelo jornalista Alexandre Garcia, traz um enorme prejuízo para às pessoas que vivem com HIV/aids.


Atenciosamente,
Mariângela Simão
Diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde

 

Dilma Rousseff e sua posição sobre o aborto

Ao ser questionada sobre o aborto, Dilma afirma que considera o aborto uma violência contra a mulher, no sentido de que, as mulheres da periferia se submetem a todo o tipo de situações para conseguir fazer um aborto.

 Por isso, sua posição em relação ao aborto é de que ele tem que ser tratado como um caso que necessita de uma política de saúde pública específica.

Alguns sites, como a UOL, por exemplo, traz a manchete “Aborto é violência contra a mulher", diz presidenciável petista Dilma Rousseff”, o que pode causar uma ambigüidade de compreensão, levando a entender que ela se posiciona contra a legalização, o que é incorreto.

Em fevereiro deste ano, falando para a revista Época, ela deixa bem claro o seu posicionamento, que pode ser conferido  abaixo.

ÉPOCA – Qual é sua posição sobre o aborto?



Dilma – Nenhuma mulher, feminista ou não, é a favor do aborto. Se você é mulher, consegue imaginar o que o aborto produz numa pessoa, o nível de violência que é. É extremamente distorcida essa questão de falar que fulana ou beltrana é a favor ou contra o aborto. É a favor ou contra o quê? Sou a favor de que haja uma política que trate o aborto como uma questão de saúde pública. As mulheres que não têm acesso a uma clínica particular e moram na periferia tomam uma porção de chá, usam aquelas agulhas de tricô, se submetem a uma violência inimaginável. Por isso, sou a favor de uma política de saúde pública para o aborto."


A intrevista pode ser conferida na íntegra no link abaixo:
http://dilmapresidente.blogspot.com/2010/02/epoca-entrevista-dilma.html

domingo, 2 de maio de 2010

Campanha Ponto Final na Violência contra as Mulheres e Meninas

A Rede Feminista de Saúde está desenvolvendo, desde o início do ano, no Brasil, um inovador projeto, a campanha Ponto Final na Violência contra as Mulheres e Meninas.

 A campanha busca desencadear um processo educativo e cultural através de um conjunto de ações para a prevenção da violência contra mulheres e meninas, propondo uma reflexão diferenciada no seu enfrentamento. A ênfase é para a mudança de comportamento, já que não basta que as mulheres rompam o silêncio.
Segundo o conceito da Campanha, uma estratégia é denunciar e punir, para interromper o ciclo da violência. A outra é atuar para reduzir a aceitação social da violência contra as mulheres e com isto estabelecer novos pactos de convivência, baseados no respeito. Por isto a campanha envolve mulheres, homens e jovens, estudantes, trabalhadores de todas as idades.


Outro aspecto inovador da campanha Ponto Final é a articulação entre os níveis nacional e local. Nos quatro países em que vai se realizar ao mesmo tempo, Brasil, Guatemala, Bolívia e Haiti, serão desenvolvidas ações em comunidades - no Brasil será num bairro chamado Campo da Tuca, uma comunidade da zona leste de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, com alto índice de vulnerabilidade social; em âmbito nacional, há uma articulação coordenada pela Rede, Agende, Rede de Homens pela Equidade de Gênero (RHEG) e Coletivo Feminino Plural, cuja tarefa será ampliar a discussão com outras redes, com autoridades nacionais, bem como promover o debate político e teórico.

Esta é uma experiência já foi desenvolvida em vários países da Ásia e África, com o apoio da Oxfam-Novib. No contexto da América Latina e Caribe, a campanha foi repensada pela Rede de Saúde das Mulheres Latinoamericanas e do Caribe - RSMLAC, da qual a Rede Feminista integra o Conselho Diretor.

O lançamento nacional e internacional da Campanha será no dia 28 de Maio, dedicado ao Dia Internacional de Ação Pela Saúde da Mulher. Nesse dia serão divulgados importantes dados que relacionam violência de gênero e impactos à saúde integral das mulheres

Fonte: http://www.redesaude.org.br/2010/abril/

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Copa da África 2010: PENALIDADE MÁXIMA PARA ESTUPRADORES - Médica propõe distribuição de camisinhas anti estupro


Indiceelevado de estupros na África do Sul motivou a médica Sonnet Ehlers a propor a distribuição grátis de 30 mil camisinhas “anti-estupros” durante a Copa do Mundo. A ideia da doutora é amenizar o número de ocorrências no país quando cerca de 400 mil turistas estarão acompanhando a competição.
O objeto foi inventado por Ehlers em 2005, com a intenção de reduzir o número de estupros na África do Sul, e se assemelha a uma camisinha feminina. Introduzido na vagina, o Rape-aXe, como é denominado o dispositivo, possui um mecanismo que prende o pênis no momento em que há a penetração.
“Ele é muito cômodo para a mulher, e prende o agressor em caso de estupro. Ele vai sentir uma dor forte, e não poderá se soltar até ir a um hospital, onde ficará provado que ele penetrou a vítima”, disse Ehlers à rádio Netherlands.
O membro do agressor não sofreria nenhuma lesão mais séria, apenas alguns arranhões, mas mesmo assim a camisinha é polêmica. Aqueles que são contrários à sua regulamentação argumentam que o estuprador pode ficar ainda mais violento após ser “preso”, da mesma forma que uma mulher pode usar a camisinha de maneira arbitrária contra um parceiro.

No entanto, a médica afirma que para as mulheres o estupro já é violência e que a vítima, independente do uso da camisinha, potencialmente corre risco de ser morta. Quanto ao uso indevido, ela afirma que há uma remota possibilidade, mas aconselha :  "Não coloque o que lhe pertence, onde não lhe pertence, e você nunca terá problemas".

  Fragmentos extraídos de: http://copadomundo.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/04/16/medica-sul-africana-propoe-distribuicao-de-camisinha-anti-estupro-na-copa.jhtm