segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

CPM PARTICIPA DE BANCA EXAMINADORA EM MONOGRAFIA DO CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS DA UCG

Com o tema "A guerra do afeganistão e o impacto na vida das mulheres", Fernanda Vieira de Melo apresentou sua monografia na tarde de 15/12/2008 na sala 201B área II da UCG para fins de avaliação da disciplina Monografia II do curso de Relações Internacionais do Departamento de História, Geografia, Ciências Sociais e Relações Internacionais da Universidade Católica de Goiás Orientadora: Prof.ª Maria Aparecida Guimarães Skorupski
Fernanda Melo deu ênfase a condição da mulher afegã vivida durante as guerras no Afeganistão e durante o Regime Talibã. Apresentou os diversos tipos de violência sofrido por elas e ainda a falta de direito das mesmas num país que não é laico e que a cultura mulçumana exige cumprimento rigoroso.
Mas apresentou o início do trabalho da líder feminista Meena que motiva criação de Associações de Mulheres na luta por direitosm, reconhecimentos e liberdade.
Fernanda convidou para compor a banca examinadora a Rosane Maria Isaac, professora da UCG e Edilamar Clarinda de Resende Oliveira, Presidenta do Centro Popular da Mulher de Goiás/UBM, além da orientadora Profº Maria Aparecida Guimarães Skorupski.

O trabalho foi julgado adequado e aprovado para a obtenção do título de graduação em Relações Internacionais da Universidade Católica de Goiás com a média 9.
Fernanda se sente motivada a contribuir com a luta das mulheres em prol do combate a violência, a discriminação e por igualdade de direitos após conhecer detalhadamente o sofrimento das mulheres afegãs.

NÚCLEO ANA CAROL É DIVULGADO NO CONJUNTO CAIÇARA DE GOIÂNIA

O Núcleo do CPM localizado no Conjunto Caiçara de Goiânia denomina-se Ana Carol. O nome do núcleo foi cautelosamente escolhido prestando uma homenagem à pequena companheira Ana Carolina Oliveira Campos que enquanto esteve aqui conosco, no ambiente de amor que viveu, encontrou um espaço para sonhar e projetar o futuro. Ela queria ser estilista.
Mas sua jornada foi interrompida em 13/12/2007.

Na missa de 1 ano da inesquecível Ana Carolina, reaizada em 12/12/2008 as 19:00 hs. na Paróquia Nossa Senhora Sagrado Coração do Conjunto Caiçara, a presidenta do Centro Popular da Mulher de Goiás, Dila Resende divulgou para os(as) parentes e amigos(as) presentes os trabalhos desenvolvidos pelo núcleo em parceria com a Associação de Moradores do local e a homenagem a ela prestada, informou ainda sobre um projeto do referido núcleo já em curso coordenado pela companheira Celma Grace, diretora do CPM, membro da Associação de Moradores do Conjunto, e mãe da Ana Carolina.
O projeto tem por objetivo, identificar nas mulheres do Conjunto Caiçara e região, pessoas que possuam determinadas habilidades, principalmente de artesanato, bordado, capacidade de criação de roupas, criatividade para lidar com bijuterias, atividades que Ana Carolina gostava de fazer.
A pretensão é oferecer a essas mulheres todas as condições para através de um trabalho cooperativo e solidário, construir oportunidades que lhes possibilitem aprimorar suas habilidades e constituir os mecanismos que lhes garantam não somente renda, mas também auto-estima e uma melhor qualidade de vida com muita paz e fraternidade, realizando assim não só o sonho da pequena Carol mas também de outras mulheres que não tiveram oportunidades de se capacitar e projetar o futuro.
Dila apresentou ainda o livro de crônicas intitulado DEPOIS QUE VOCÊ PARTIU, que foi escrito por Romualdo Pessoa (Pai da Ana Carolina), uma homenagem à filha que Romualdo fez neste um ano de dor e saudade e que descreve minuciosamente quem foi Ana carolina pra
todo(s)(as) nós.
O livro tem um custo de R$ 15,00 e a arrecadação obtida com a venda deste livro será toda destinada ao NÚCLEO ANA CAROL.


segunda-feira, 24 de novembro de 2008

AGENDA DE ATIVIDADES

Data: 22/11/2008
Atividade: Reunião preparatória para atividade do Núcleo do CPM na Campanha dos 16 dias de Ativismo
Assunto: Caminhada e agendamento das demais reuniões
Local : Real Conquista
Horário : 17:00 horas
Representante do CPM: Vitória / Rita / Letícia

Data: 24/11/2008
Atividade: Reunião Conselho Estadual da Saúde
Assunto: Plano Estadual de saúde
Local : Conselho Estadual de saúde
Horário : Das 09:00 as 12:00 horas
Representante do CPM: Letícia

Data: 24/11/2008
Atividade: Audiência Pública sobe Reforma administrativa da Prefeitura Municipal de Goiânia
Assunto: Extinção dos órgãos: Assessoria para assuntos da mulher, afro-descendentes e juventude
Local : Plenário da Câmara Municipal
Horário : 15:00 Horas
Representante do CPM: Dila Resende e Dalva Mendonça e quem mais da diretoria puder
comparecer para participar

Data: 25/11/2008
Atividade: Ato Público por ocasião do Dia Internacional da não violência contra a mulher
Assunto: Divulgação da Lei Maria da Penha e conscientização para a igualdade racial
Local : Praça do Bandeirante
Horário : Das 08:00 as 13:00 horas
Responsável do CPM: Lis Carolline/ Rita/ Lúcia/ Dila e toda a diretoria
Data: 25/11/2008Atividade: Audiência Pública por ocasião do Dia Internacional da não violência contra a mulher
Assunto: Proposição da deputada Izaura Lemos
Local : Auditório Solon Amaral - Assembléia Legislativa do Estado de Goiás
Horário : 08:30 Hs.
Representante do CPM: Dila Resende

Data: 25/11/2008Atividade: Palestra sobre Lei Maria da Penha
Assunto: Recorte de gênero (Violência) no Progarama de Formação de multiplicadores(as) com trabalhadores e trabalhadoras da zona rural promovido pela FETAEG em parceria com CPM
Local : Cidade de Edéia - GO
Horário : 14:00 Hs.
Representante do CPM: Ana Claudia

Data: 05/12/2008
Atividade: Palestra e distribuição de material sobre Lei Maria da Penha
Assunto: Palestra sobre Feminização da AIDS e Violência - Atividade de Campanha dos 16 dias de ativismo e degustação/venda de pães produzidos pelas mulheres da cooperativa CPM do Núcleo da Região Leste
Local : Banana Shopping
Palestrante: Norma Negrete
Representante do CPM: Lis / Lígia / Neuza e quem mais puder participar

Data: 06/12/2008
Atividade: Ato político durante a comemoração do aniversário da APUC. Será projetado o filme de Luiz Eduardo Jorge, Rosa, que conta a violência sofrida por uma mulher e sua família, no período da ditadura.
Local: UCG - Área I, A partir das 10 horas.
Representante do CPM: Lúcia Rincon e todos quem mais puder participar

Data: 06/12/2008
Atividade: Reunião/Atividade do Núcleo do CPM da Região Leste
Assunto: Campanha Homens pelo fim da Violência - atividade da campanha dos 16 dias de ativismo - Lembrando a campaha pelo laço branco
Local : sede do núcleo do CPM da Região Leste
Representante do CPM: Rita / Carol e Neuza e quem mais puder participar

Data: 07/12/2008
Atividade: Caminhada da direção do CPM e núcleo do Real Conquista com a comunidade local com a participação do Visual Ilê
Assunto: Atividade da campanha dos 16 dias de ativismo - Pelo dia de combate a AIDS
Local : Real Conquista
Horário : 8:30h
Representante do CPM: Todas

terça-feira, 11 de novembro de 2008

O Centro Popular da Mulher realiza um DIA DE PÃO, PAZ, SAÚDE E DISCUSÃO SOBRE A LEI MARIA DA PENHA no Camelódromo da Praça da Bíblia


Neste sábado 08 de novembro, o Centro Popular da Mulher, juntamente com a Associação Goiana dos diabéticos e AssociaçãoGoiana dos obesos, realizou, com o apoio dos lojistas do Camelódromo da Praça da Bíblia, um evento pela vida, pela saúde e alimentação saudável e contra toda a forma de violência.

As atividades foram realizadas no Camelódromo da Praça da Bíblia das 9 às 16 horas. Durante esse dia, foram realizados centenas de atendimentos de enfermagem, como verificação de pressão arterial e exames de sangue para diagnosticar diabetes.


Foram dadas orientações sobre como previnir contra várias doenças por meio de uma alimentação balanceada e saudável. E os participantes, logistas e pessoas que transitaram pelo local, puderam degustar, durante todo o evento de deliciosos e variados produtos confeccionados pela Cooperativa de Mulheres Nutrivida.






O nosso dia contou também com atividades culturais e com a distribuição de materiais informativos sobre saúde, preservativos e esclarecimentos sobre a Lei Maria da Penha. O grupo de capoeira Angola nos alegrou com uma belíssima apresentação e a companheira Letícia nos proporcionou momentos de magia e reflexão através da contação de histórias.


Gostaríamos de agradecer a todas as pessoas que cooperaram para que esse evento fosse realizado com sucesso, especialmente ao Núcleo do Centro Popular da Mulher na Região Leste, aos profissionais da saúde e a todos os que voluntariamente doaram seu tempo e seu talento para ajudar, auxiliar, orientar e alegrar a todos os que passaram pelo Camelódromo da Praça da Bíblia neste sábado.

O Centro Popular da Mulher de Goiás agradece a tod@s
que tornaram possível esse trabalho.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008


CHEGA DE VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES!!


PÃO, PAZ, SAÚDE E DISCUSÃO SOBRE A LEI MARIA DA PENHA NO DIA 08 DE NOVEMBRO DE 2008(SÁBADO) ÀS 9;00HS O NÚCLEO DA REGIÃO LESTE DO CENTRO POPULAR DA MULHER DE GOIÁS PROMOVE ATIVIDADES NO CAMELÓDROMO DA PRAÇA DA BÍBLIA:


-DEGUSTAÇÃO DE PRODUTOS DA COOPERATIVA DE MULHERES NUTRIVIDA DA
REGIÃO LESTE.


-VERIFICAÇÃO DE PRESSÃO, EXAME PARA DIABETES, PREVENÇÃO DA DENGUE.

-INFORMAÇÕES SOBRE A LEI MARIA DA PENHA E A LUTA CONTRA A VIOLÊNCIA
DOMÉSTICA.

Contamos com a presença de todas!

domingo, 19 de outubro de 2008

No Dia Mundial da Alimentação as companheir@s do MST fazem jejum em protesto contra a Fome (Leticia Erica)


Dia 16 de outubro, quando é comemorado o Dia Mundial da Alimentação, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra se reunem na porta da Catedral de Goiânia para um dia de jejum, reflexão e discussão sobre questões relacionadas ao direito à terra, à produção de alimentos, à fome e à justiça social. São mais de 80 pessoas, uma grande parte delas mulheres de diferentes idades, que levam consigo a esperança de conquistar uma vida mais digna e de poder dar aos seus filhos a oportunidade de construir um futuro melhor.
Os integrantes do movimento, que atualmente se encontram acampados na porta da Sede do Incra para reinvindicar mais uma vez seus direitos, vem de 9 diferentes acampamentos ou assentamentos espalhados em diferentes municípios do Estado de Goiás. O ocupação é organizada por duas mulheres, as quais coordenavam também as atividades desse dia 16. Na ocasião, o Centro Popular da Mulher de Goiás teve a oportunidade de conversar com algumas mulheres, se inteirar das condições de vida nos respectivos acampamentos e apresentar nosso apoio à essa luta que é de cada um@ nós.

“A única coisa que queremos é ter uma vida digna e dar uma vida melhor para nossos filhos e netos. Só queremos a terra que é nossa por direito”, diz Eliene, que vive há 8 meses perto da cidade de Caldas Novas. A mesma se emociona ao falar da condição de vida no acampamento, principalmente das mulheres, que sofrem com a falta de água tratada e assitência médica, sobretudo para as gestantes. Essas mulheres batalhadoras, como grande parte das mulheres brasileiras, além de se ocupar com os afazeres domésticos e o cuidado dos filhos, se dedicam à lavoura, de onde tiram parte do sustento da família.

Quando perguntei a Eliene o que significava fazer um jejum no Dia Mundial da Alimentação, ela me respondeu que era uma forma de pedir a Deus forças na luta pela igualdade e também de pensar naqueles que passam fome. Quanto ao Movimento do Trabalhadores Rurais Sem Terra e o propósito de estarem acampados na Sede do Incra ela comenta: “Nós somos uma família os Sem Terra de todo o Estado, é um um amor, um calor tão grande que as pessoas não compreendem. Não queremos invadir nada, só queremos é que o Incra cumpra o que eles promete conosco, porque a gente vem, a gente fala, negocia, eles mentem, a gente volta, eles não cumprem o que eles estão falando com a gente. A gente quer uma solução, porque são famílias que estão sofrendo ali na porta do Incra por falta da palavra afirmada de verdade por eles... a gente quer que eles façam o que é certo deles fazerem que é distribuir a terra que nós precisamos, todo mundo está aqui pra isso.”
Sorridente, cheia de esperança e com brilho nos olhos, essa mulher guerreira, como as outras ali presentes, sabe porque luta e o que quer, conhece seus direitos, sabe pensar e questionar problemas atuais. Aliás, é sobre a crise dos alimentos, a apropriação da terra para a plantação da cana de açucar, a produção de biodísel e todos os problemas que ela traz consigo, que mulheres e homens, sentados no chão e divididos em grupos, leem e discutem nesse dia. E ao passar de grupo em grupo pudemos ouvir questionamentos e comentários pertinentes, inteligentes e interessantes, por parte de mulheres de mãos calejadas e semblantes sofridos, que reconhecem a importância de estudar, refletir e pensar sua condição de sujeito nesse mundo.
Ana, ao contrário de Eliene, já está num assentamento, porém a realidade também é dura para ela e seus três filhos, assim como para o restante das mulheres do Assentamento Oziel, cerca de 50 km da cidade de Doverlândia. A falta de água tratada e de atendimento médico, são também suas principais queixas. “Somente alguns tem filtros, a maioria tem que ferver a água para dar pros filhos. Não temos assistência médica, a sorte é que o lugar é agradável e quase ninguém fica doente, só pras mulheres gestantes que fica mais difícil, pois quando elas não têm seus filhos em casa com a ajuda dos outros, dá a luz no meio do caminho, dentro do carro. ”

Como todas as mulheres do movimento, Ana também trabalha na terra e não se queixa de enfrentar o sol ou a enxanda, sua queixa é contra os problemas que impedem que a colheita seja produtiva, segundo ela, o que produzem no assentamento não é suficiente para alimentar a todos os trabalhadores: “Tem sempre pragas e outros problemas que atrapalham a colheita; então não conseguimos alimento suficiente.”
A qualidade da terra que se tem destinado à Reforma Agrária foi também um dos assuntos discutidos durante esse dia de concentração em frente à Catedral. “É preciso que se reveja a forma como é feita a distribuição da terra, pois as melhores terras são destinadas à plantação de cana, enquanto que as terras destinadas à Reforma Agrária, são muitas vezes impróprias para a produção”, afirma um dos organizadores do Movimento. Esse problema também preocupa Linda, uma adolescente do movimento: “Eles se preocupam em plantar cana e deixam de plantar arroz, feijão, trigo e milho para a gente ter na mesa, então as pessoas que trabalham na terra vão acabar indo pras cidade, sem ter o que fazer”.
Poder passar parte do dia conversando e, sobretudo, ouvindo essas mulheres simples e fortes foi para nós gratificante e enriquecedor. Saimos dali com o coração apertado, porém desejoso de formar parte nessa luta, lado a lado com essas mulheres guerreiras. Nosso coração responde SIM à companheira que nos disse: “Vem conosco, vem pro nosso lado!”

E terminamos esse texto transcrevendo uns versos de Pablo Neruda, impresso no jornal que lemos durante esse dia: “... creio cada noite no dia, e quando tenho sede creio na água, porque creio no homem. Creio que vamos subindo o último degrau. Dali veremos a verdade repartida, a simplicidade implantada na Terra, o pão e o vinho para todos.”

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

terça-feira, 19 de agosto de 2008

NO CERRADO GOIANO, O CENTRO POPULAR DA MULHER DIVULGA A LEI MARIA DA PENHA (Norma Esther Negrete Calpiñeiro)



Existem mulheres que realizam a divulgação da Lei Maria da Penha nas suas atividades cotidianas e de forma extraordinária, pois acreditam que o conhecimento desta Lei garante a aplicação da mesma, reduzindo os casos de violência contra à população feminina.
Coincidindo com o segundo aniversário da sanção da Lei que leva o nome da mulher que é símbolo de luta contra a Violência Doméstica no Brasil, a mídia divulgou a pesquisa realizada pelo Ibope/Themis- Assessoria Jurídica e Estudos de Gênero, com o apoio da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, mostrando que a Lei Maria da Penha é de alguma forma conhecida por 68% d@s brasileir@s. A pesquisa foi realizada em 142 municípios, entrevistando 2002 pessoas no mês de julho de 2008, ao mesmo tempo esta pesquisa evidencia que a Lei é mais conhecida nas regiões Norte e Centro-Oeste (83%).
A divulgação da Lei Maria da Penha no Estado de Goiás tem estreita relação com o trabalho das entidades feministas, tais qual o CENTRO POPULAR DA MULHER/UNIÂO BRASILEIRA DE MULHERES que realiza o trabalho ora de “corpo a corpo”, ora perante platéias diferentes, amplas e heterogêneas, acreditando que todas as oportunidades são importantes e válidas para que esta Lei seja conhecida, aplicada e, sendo eficaz, coíba a violência doméstica contra as mulheres.
Nestes dois anos de lutas realizadas nos caminhos do Feminismo Emancipacionista, pelas companheiras do CPM/UBM no cerrado goiano, fui testemunha da divulgação da Lei Maria da Penha:
Aprendi com a companheira Rita Aparecida, incansável nas lutas feministas, a compartilhar conhecimentos sobre os DIREITOS das mulheres e a importância de garantir a aplicação da Lei Maria da Penha, nas proximidades da “Serra das Galés” em Paraúna, nos bairros da periferia de Goiânia como o Jardim Primavera, Real Conquista e outros, de maneira alegre, simples, coerente e ao mesmo tempo profunda, ouvindo as vozes das mulheres oprimidas e excluídas.
As ocasiões em que a companheira Lúcia, perante platéias diversas, sejam estas de mulheres jovens “funkeiras” ou jogadoras de futebol , divulgou a Lei Maria da Penha, foram importantes para sedimentar a dialética nas lutas feministas.
Constatei que a Lei Maria da Penha tem o poder de transformar a realidade das mulheres vítimas de violência doméstica, através das palavras e dos atos da companheira Ana Carolina.
Os alunos e professores de Escolas Públicas conheceram a Lei Maria da Penha em decorrência das conversas amplas e consistentes da companheira Letícia.
Testemunhei o interesse e as indagações que um dos poucos trabalhadores da Cooperativa de reciclagem de lixo fez à companheira Eline na ocasião da visita desta, às 7 horas da manhã, num dia de Março, para conversar com as mulheres que são a maioria da Cooperativa, na periferia de Goiânia. A Sabedoria de Eline, expondo a Lei Maria da Penha e as lutas dos excluídos, transformou-se em palavras de libertação para as trabalhadoras guerreiras e corajosas que ali se encontravam.
Enfim, para lembrar a importância desta Lei, no segundo aniversário da sanção da mesma, convenci a Agente Comunitária de Saúde : Regina, a falar sobre a mesma para os pacientes que estavam na sala de espera da Unidade de Atenção Básica da Saúde da Saúde da Família, onde trabalho. A emoção e a satisfação foram consideráveis quando a Regina constatou o interesse pelo tema por parte dos que ali estavam e o diálogo estabelecido com esse componente da comunidade.
Embora tenha se avançado bastante na divulgação e na aplicação da Lei Maria da Penha, há um longo caminho de trabalhos e lutas a ser percorrido pelas companheiras feministas de Goiás, e pela população feminina em particular, para garantir a aplicação desta Lei e de todas as que garantam os direitos das mulheres, produzindo cidadãs que usufruam da dignidade, do progresso, da liberdade e da justiça social.
O CENTRO POPULAR DA MULHER DE GOIÁS/UNIÃO BRASILEIRA DE MULHERES reafirma o compromisso de continuar lutando para garantir OS DIREITOS DAS MULHERES no estado de Goiás e no Brasil.

domingo, 17 de agosto de 2008

REVISTA REPORTAGEM DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA PUBLICA ARTIGO SOBRE O NÚCLEO DO CENTRO POPULAR DA MULHER EM PARAÚNA


Informação e apoio contra a violência


Por Maria Scodeler
20 de June de 2008
Núcleo Loanda Cardoso oferece amparo a mulheres da Vila Mutirão



Por volta das 18h o sol se punha e elas começavam a chegar à Escola Abel Lemes na Vila Mutirão. A maioria vinha a pé, outras de carro, outras ainda na garupa da moto dos maridos. Crianças, adolescentes e homens também chegavam para a reunião. Desde agosto de 2007, as mulheres da Vila Mutirão em Paraúna se reúnem todo mês. O núcleo Loanda Cardoso, uma entidade que se destina a amparar as mulheres, conta com o apoio do Centro Popular da Mulher de Goiânia (CPM).

Quase metade da população feminina da cidade é chefe de família, não trabalha fora e sobrevive com meio salário mínimo. O nome do grupo da Vila Mutirão carrega consigo um peso muito forte. Em 1999, Loanda Cardoso foi estuprada e assassinada quando tinha 11 anos. Violentada física e sexualmente dias antes de ser morta, a menina foi enterrada no quintal da casa do agressor, Nelson Ned, que era conhecido da família.

Loanda não fora sua primeira vítima, mulheres e crianças de ambos os sexos também foram violentadas. Nelson passou várias vezes pela delegacia, mas sempre era solto. Após nove anos, o caso ainda é relembrado com tristeza pelas pessoas de Paraúna. Foi o crime que mais chocou a população, a ponto do Fórum, na época, ser quase destruído quando o criminoso estava em julgamento. Hoje, Nelson Ned se encontra preso em Goiânia.

Maria do Carmo de Sousa, mãe de Loanda, é membro do núcleo de mulheres da Vila Mutirão. Foi uma das primeiras a chegar à reunião. Além de Loanda ela ainda tem dois filhos, um deles gêmeo da menina que completaria 21 anos este ano. Pequena, calma, quase imperceptível no meio de tantas, não aparenta ter passado por uma situação tão difícil. Maria do Carmo divide com as outras pessoas sua história. Para ela é um orgulho o Núcleo levar o nome da filha, pois é uma iniciativa que evita que novos casos como esse aconteçam: “Nem com meninas, nem com meninos”.


O Núcleo é até tema de monografia. A prima de Loanda, Eliene Aparecida Cardoso Souza, formada em Administração pela Faculdade de São Luis de Montes Belos, cidade próxima a Paraúna, apresentou como tese de finalização de curso a “Conformação do Núcleo Loanda Cardoso: História da visibilidade das mulheres da Vila Mutirão em Paraúna-GO”. De acordo com o trabalho, a maioria das mulheres da Vila Mutirão cursou até a 4° série do ensino fundamental ou tem o primeiro grau completo. Poucas trabalham fora de casa, porém em 47,56% dos casos são responsáveis pelo sustento da casa e da família. A renda per capita é de 50% do salário mínimo, o que prova a condição das pessoas que ali residem.


O grupo das mulheres da Vila Mutirão se estabeleceu desde o segundo encontro, em setembro de 2007, como entidade de utilidade pública, sem fins lucrativos, apartidária. É amparado pelo CPM e União Brasileira das Mulheres (UBM), mas a coordenação é feita pelas mulheres da Vila, bem como a escolha dos temas que são abordados nas reuniões.

Em um local em que a população é tão pouco amparada por políticas governamentais, pequenas iniciativas fazem a diferença no dia a dia. Na escola Abel Lemes, as mulheres se reúnem nas salas coloridas pelos trabalhos das crianças que ali estudam e discutem problemas em busca de soluções e do resgate da cidadania. A médica Norma Negrete, uma das diretoras do CPM e antiga ginecologista do Posto de Saúde da Vila Mutirão, auxilia as mulheres nas reuniões.

Antônio Evelino dos Santos vai a todas as reuniões com sua esposa, Marta Sales de Oliveira, para ele a Vila Mutirão “tava precisando mesmo” de uma iniciativa como essa. E a moça Altamira Pinheiro de Sá leva os três filhos pequenos junto. Pouco a pouco o número de membros vai aumentando, as mulheres chamam os esposos, filhas e filhos, netas, vizinhas. Afinal “a luta das mulheres é uma luta para beneficiar a todos”, diz Eline Jonas, presidente de todos os Centros Populares do Brasil (107 no total), presente na reunião também.
(...)
Ao final do quinto encontro do ano, o próximo já é agendado, Dona Marta fica responsável por lembrar a data às colegas de grupo. E ela mesma fala sobre urgência do tema que será abordado na próxima ocasião, gravidez precoce. Camisinhas são distribuídas, bem como fôlderes informativos sobre DSTs e sobre a saúde da mulher. As avós chamam as netas para entregar-lhes as camisinhas recém-recebidas.

A proposta do núcleo envolve um trabalho lento de conscientização das mulheres e das famílias, mas mostra a necessidade de mudanças nas estruturas sociais e na forma de pensar.

LEIA A REPORTAGEM NA ÍNTEGRA
http://facunb.locaweb.com.br/revista20081/index.php?option=com_content&task=view&id=39&Itemid=27

quinta-feira, 10 de julho de 2008

FÉ X DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO

(...) Muitas pessoas perguntam como vivenciar a sua fé e aceitar a descriminalização do aborto.

A resposta é: aceitando que também aqueles que pensam diferente de nós devem ter seus direitos assegurados, para que o Brasil seja um país de todos.

Trecho do texto: "Brasil, um país de todos?" de Roberto Arriada Lorea

Para ler o artigo na íntegra clique: http://www.clam.org.br/publique/media/lorea_audiencia.pdf

Descriminalização do aborto: Não vamos abortar essa luta



Dando prioridade à votação do PL 1135/91, e na seqüência de duas sessões extraordinárias realizadas ontem (09/07 às 9 e às 14h), a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara (CCJ) rejeitou o projeto, que descriminaliza aborto no Brasil. Segundo informa a Agência Câmara, a matéria ainda precisa ser votada pelo plenário.

Quatro parlamentares votaram a favor da aprovação do PL 1135: José Genoíno, Regis de Oliveira, José Eduardo Cardozo e Eduardo Valverde. Dois deles apresentaram votos em separado.
De luto, prestamos uma homenagem às vozes isoladas nesta CCJ que se constitui, na atual legislatura, em lócus privilegiado de um conservadorismo antidemocrático. Assim, transcrevemos trechos dos votos que defenderam a aprovação do PL 1135, por cuja essência as organizações de mulheres seguirão lutando:

“Reafirma-se o profundo respeito por opiniões divergentes, religiosas ou não, mas não se pode decidir, nesta Comissão, com sentimentos que não sejam jurídicos. Minha consciência é contra o aborto. No entanto, como legislador, não posso impedir que a mulher, na angústia de seu drama e diante da situação específica que enfrenta, não possa ser a dona de sua própria decisão. Não posso substituir-me nem permitir que o faça o Estado à decisão soberana da mulher”. (Deputado Regis de Oliveira/ PSC-SP)

“Uma lei de aborto não deve ter pretensões de representar um consenso moral ou religioso. Sua ambição deve ser garantir a neutralidade moral do Estado laico e proteger a diversidade de pensamento. Como resultado, nas sociedades democráticas, as mulheres não são obrigadas a abortar, pois gozam de autonomia reprodutiva. Pelo mesmo fundamento, não são obrigadas a levar a termo a gravidez indesejada. (…) Criminalizar a interrupção voluntária do aborto é inviabilizar a liberdade e o exercício de diferentes crenças religiosas, é impor uma crença sobre as demais. A descriminalização, ao contrário, permite o exercício de diferentes crenças. A criminalização da interrupção voluntária da gestação é uma imposição moral que descumpre as regras do jogo de democrático e viola a diversidade” (Deputado José Genoíno/ PT-SP).

segunda-feira, 23 de junho de 2008

CPM PRESIDE CONEM


ELEITA A MESA DIRETORA DO CONSELHO ESTADUAL DA MULHER DE GOIÁS – CONEM

As conselheiras empossadas na data de 16 de abril de 2008 no auditório Mauro Borges do Palácio Pedro Ludovico Teixeira eleitas em 10/04 para compor o Conselho Estadual da Mulher de Goiás – CONEM - biênio 2008/2010 foram nomeadas através de decreto de 15 de maio de 2008 publicado em Diário Oficial do Estado na data de 16 de maio de 2008.
A primeira reunião do novo conselho foi chamada com pauta única de eleição da mesa diretora a qual aconteceu na tarde de 23/06/2008 as 16:00 horas no Instituto Histórico Geográfico, onde o CENTRO POPULAR DA MULHER DE GOIÁS, entidade do segmento feminista e de mulheres da sociedade civil representado pela companheira ELINE JONAS, foi eleito a presidência do mesmo, bem como eleitas para ocuparem a vice-presidência a Secretaria de Planejamento – SEPLAN representada pela companheira Inês Bittar, para Secretaria Geral, a Associação Brasileira de Enfermagem - ABEM representada pela companheira Olívia Vieira, para 1ª Secretaria a Secretaria de Segurança Pública representada pela companheira Nadir Cordeiro e para 2ª Secretaria o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Goiás - SINTEGO representado pela companheira Ieda Leal.

POSSE DO NÚCLEO CPM - REGIÃO LESTE


Cerca de duzentos e vinte pessoas assistiram a posse da Coordenação do Centro Popular da Mulher de Goiás/UBM da Região Leste-Goiânia no último dia 15 de abril de 2008 as 20:00 horas no salão de eventos da Igreja Luz para os Povos na Vila Pedroso. O evento liderado pela coordenadora do Núcleo CPM-Região Leste, companheira Lígia, contou com diversas autoridades entre representante do Prefeito Iris Rezende, Deputado estadual Mauro Rubem, representante do Banco do Povo, representante da Delegacia Estadual da Mulher e da Delegacia distrito local, vereador Luciano Pedroso, Neusa presidenta da Associação dos(as) obesos(as) e diretora CPM estadual, Dila Resende presidenta do CPM-Goiás que compuseram a mesa. Na abertura da atividade, a peça teatral organizada pela Pastora Nilda e apresentada em expressão corporal, já dizia o que representa a união e o fortalecimento das mulheres na luta pelos seus direitos e a conquista garantida quando se estão organizadas








terça-feira, 10 de junho de 2008

POSSE DA UBM NO CONSELHO NACIONAL DOS DIREITOS DA MULHER


A União Brasileira de Mulheres foi reeleita para compor o Conselho Nacional dos Diretos da Mulher e a companheira Lúcia Rincon também diretora do Centro Popular da Mulher de Goiás , representante da UBM tomou posse na data de 05 de junho de 2008 as 14:00 horas no auditório do anexo I do Palácio do Planalto em Brasília juntamente com as demais conselheiras e ocupou a cadeira para o mandato de 2008-2010. A posse das Conselheiras se deu, segundo Nilcéa Freire, Presidenta do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher e Ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres na Presidência da República "ao final de um importante processo de reformulação do nosso Conselho que contou com ampla participação de todas as Conselheiras do mandato 2005-2007. Através de amplo debate, foram apontadas novas estrutura, competências e composição para que o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher possa tornar-se cada vez mais democrático, inclusivo e participativo".
Na foto: Ângela Café (Secretaria da Mulher e da Igualdade Racial do Estado de Goiás); Santa (UBM/DF); Raquel Guisoni (Representante da CNTE no CNDM, e também ubemista); Lúcia Rincon conselheira empossada do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher; Jussara Cony (UBM/RGS); Sílvio Costa (PC do B/Goiás ); Alice Portugal (Dep. Federal PC do B, Bahia); Liége Rocha (Secretária da Mulher – Comitê Central/PC do B).


domingo, 8 de junho de 2008

CPM PARTICIPA DO CONGRESSO ESTADUAL DA UJS









Realizado dia 07 de junho de 2008 no Colegio Liceu de Goiânia, o 8° Congresso Estadual da União da Juventude Socialista.




O Centro Popular da Mulher de Goiás foi convidado e contribuiu na coordenação de Grupos de Trabalhos com as temáticas: Movimento Comunitário, Jovens Mulheres e Diversidade Sexual. As companheiras Ana Carolina, Dila Resende, Celma Grace e Camilla Resende na oportunidade fizeram a divulgação da entidade que atua também com a frente juventude e promoveram debates que fortaleceram as propostas da UJS para atuação e bandeira a exemplo de defesa da legalização do aborto e frente de mulheres, além da criação de um fórum para discutir a homofobia.

REUNIÃO CPM DE VALPARAÍSO




Reunião do Centro Popular da Mulher de Goiás - Núcleo de Valparaíso coordenado pela companheira Márcia Riquelme, com a presença da diretora de núcleos Rita Aparecida e da presidenta Dila Resende


POSSE CPM E UBM NO CONSELHO ESTADUAL DA MULHER DE GOIÁS







As 34 conselheiras do Conselho Estadual da Mulher de Goiás , eleitas no último dia 10 de abril, para o biênio 2008/2010, foram empossadas na sexta-feira(16), no auditório Mauro Borges, evento que contou com a presença de várias autoridades. Entre elas: Raquel Rodrigues, primeira dama do Estado,
Denise Carvalho, secretária estadual da mulher e da igualdade Racial de Goiás, Raquel Teixeira, deputada federal, Linda Monteiro, presidenta da AGEPEL., Izaura Lemos deputada estadual, Eline Jonas, presidenta da União Brasileira de Mulheres, Olívia Vieira, presidenta da Associação Brasileira de Enfermagem, Dila Resende presidenta do Centro Popular da Mulher de Goiás - CPM, Maria das Graças Doly, presidenta do Centro de Valorização da Mulher – CEVAM, e Albinéia, presidenta do Oficina Mulher , que compuseram a mesa.





terça-feira, 27 de maio de 2008

REDUÇÃO DAS TAXAS DE CESÁREAS: SIM, PARTO NORMAL DE QUALQUER JEITO, NÃO!!! Norma Esther Negrete Calpiñeiro


O Ministério da Saúde anunciou o lançamento da campanha para incentivar a realização de Parto Normal nas Unidades de Saúde Publicas e Privadas do país, objetivando controlar a “epidemia de cesáreas”, realidade esta, assim denominada pelo Ministro da Saúde, Temporão.

Para caracterizar a “epidemia de cesáreas”, o Ministério da Saúde (MS) lembra que as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) com relação ao Parto Normal orientam a realizá-lo em 85% dos casos; isto é: de cada 100 partos realizados, somente 15 deveriam ser cesáreas.

No Brasil, a mulher gestante terá “grosso modo” dois vieses de atendimento: se for pelo SUS, nos Hospitais Públicos ou Conveniados, de cada 100 gestantes 74 realizarão Partos Normais e 26 serão submetidas a cesáreas. Se a gestante for cliente particular ou de algum Plano de Saúde, a realidade muda sensivelmente, pois de cada 100 gestantes atendidas pelo setor privado somente 20 farão Parto Normal e 80 mulheres serão submetidas a cesáreas; segundo ainda o Ministério da Saúde, os dois setores são responsáveis por 43% das cesáreas realizadas no país.

Esta realidade evidencia as disparidades existentes quanto à assistência ao parto no setor publico e privado, disparidades que não são sinônimos de atenção qualificada e humanizada, porém são interpretadas pelas usuárias do SUS como sendo parte da maldição que EVA recebeu no jardim do Éden: “... Você vai ter muitas dores e sofrimento quando estiver para ser mãe e quando tiver filhos...”.
Portanto, são relacionadas como mais um componente de exclusão, pois estas mulheres vivenciam de perto a atenção realizada por conta do SUS e a realizada no mesmo Hospital conveniado para as usuárias dos planos de saúde ou particulares.
Deduzem que a mulher gestante atendida pelo SUS, de “qualquer jeito”, terá Parto Normal, mesmo que a criança “seja tirada a ferro”, como delas algumas têm referido. Elas sentem “a dor doída” do trabalho de parto, porém afirmam que pior é a dor da solidão, a frieza dos ambientes e os procedimentos, acalentados às vezes por frases curtas: “na hora de fazer, não sentiu dor”, “cala a boca você esta fazendo escândalo sem necessidade” ou “você está dando pití” ou ainda “ é do SUS, é de graça e pode ser de qualquer jeito”...
Deduzem também que Parto pelo SUS, significa Parto Normal, parto para mulheres pobres, excluídas que se tornam invisíveis em alguns Serviços de Saúde e que estão sendo submetidas a alguns procedimentos para garantir as taxas de Parto Normal que o MS exige. Estas mulheres sentem-se vitimas não da maldição de Eva, nem do peso da responsabilidade pela manutenção da espécie, mas sentem-se vitimas do medo e da morte. Nesse contexto, o ventre desaparece do horizonte, vislumbram com nitidez o corpo visível e invisível da mulher que ali esta lutando contra a dor e a morte para garantir a vida e sobrevida da espécie.
Relatos de experiências “aterradoras” durante o trabalho de parto e parto deixam seqüelas no puerpério (pós-parto) e depois deste em determinadas mulheres, repercutindo negativamente nas gestantes que realizam pré-natal nas Unidades Básicas do Programa de Saúde da Família (PSF) onde os vínculos comunitários são mais intensos. De forma que algumas decidem realizar o pré-natal pelo SUS e vender algum bem ou se endividar para garantir o parto particular com a garantia de “evitar o sofrimento e humilhações” realizando cesárea.
Outros fatores que podem levar a que mulheres considerem que via de regra o parto tem de ser cesárea é a duplicidade de discursos de alguns profissionais da Saúde: no âmbito do SUS e no setor privado, no primeiro tenta-se seguir as orientações do MS sobre Parto Normal, no segundo essas orientações já não são válidas o que interessa é o preço da cesárea. Nesse contexto, é necessário enfatizar que, enquanto alguns planos de Saúde remunerarem pouco pelo Parto Normal, os profissionais continuarão privilegiando a cesárea nesse setor.
Observam-se algumas “contradições” aparentes quanto às taxas de cesáreas prevalentes no Brasil e o relatório da UNICEF emitido no início de 2008, relacionado com a meta 4 dos Objetivos do Milênio, a qual prevê a redução da taxa de mortalidade infantil pela metade até 2015. Este relatório revela que o Brasil reduziu a taxa de mortalidade de crianças menores de 5 anos, porém dados mostram que, entre as crianças que morrem durante o primeiro ano de vida, 66% morrem durante o primeiro mês e 51% na primeira semana de vida. Estes dados relacionam-se diretamente com a qualidade do pré-natal e predominantemente com a qualidade da assistência ao parto.
A UNICEF relaciona mortalidade infantil à pobreza, às disparidades regionais étnicas e raciais, disparidades idênticas têm de ser consideradas quando abordamos a saúde reprodutiva da mulher nas estatísticas do SUS, isto é, não existem contradições nos dois temas, ambos se complementam. O MS estima que ocorrem 75 óbitos maternos para cada 100 mil nascidos vivos por ano, expondo que existe uma relação direta de morte materna e desigualdade racial, seja qual for a causa (hipertensão, hemorragia, infecção, aborto, etc) a maioria das mulheres que morrem são negras.
O programa de assistência ao Pré-natal, Parto e Puerpério com qualidade e humanizada, tem de ser mais um instrumento e oportunidade de EQÜIDADE para as mulheres usuárias do SUS na perspectiva das Diretrizes do MS e recomendações da OMS quanto à atenção obstétrica e neonatal.

O Centro Popular da Mulher/União Brasileira de Mulheres (CPM/UBM) acredita firmemente que o SUS com o Programa Integral de Assistência à Saúde da Mulher é imprescindível para o fortalecimento das lutas pela igualdade de GÊNERO, intrinsecamente associado às questões de raça/etnia, condição sócio-econômica, orientação sexual, etc.
Em prol da campanha do Parto Normal, lançada pelo MS consideramos relevantes lembrar alguns aspectos que visam o fortalecimento da qualidade e humanização da assistência da Mulher na gestação, parto e pós-parto:

-Fortalecimento e apoio nos três níveis de atendimento do Programa de Saúde Reprodutiva da Mulher (pré-natal parto e puerpério).
-Obrigatoriedade do uso do PARTOGRAMA nas Unidades Hospitalares que realizam Parto, como condição sine qua nom para faturar as AIHs do SUS.
-Obrigatoriedade da Garantia de ACOMPANHANTE durante o trabalho de parto, parto e no pós-parto.
-Inclusão de INDICADORES DE RESULTADO e de IMPACTO do componente MATERNO nos indicadores do MS, haja visto que, dos oito existentes, apenas um refere-se a este (Razão da mortalidade no município).
-Obrigatoriedade de inclusão destes indicadores nas fichas e relatórios das Equipes de Saúde da Família (Agentes Comunitários de Saúde) como ser: Tipo de parto, Local do parto, Complicações e seqüelas do parto (Infecção puerperal, hemorragias, hemotransfusões, histerectomias e outros).
-Visibilidade destes indicadores no SIAB e/ou outros sistemas de informação.
-Obrigatoriedade do preenchimento do Cartão da gestante nos seus componentes: Pré-natal, parto, recém nascido e puerpério.
-Fortalecimento da Fiscalização da qualidade de Assistência ao Parto nos três níveis de Gestão.
-Avaliação do IMPACTO da qualidade da assistência ao parto pelo SUS após a determinação do MS de pagar aos Hospitais conveniados uma cesárea para cada três partos normais.
-Verificar se a medida anteriormente citada está sendo mantida à custa das mulheres pobres e excluídas.
-Fortalecimento do controle social na qualidade da assistência ao parto, através dos Conselhos de Saúde e da participação da comunidade.
-Fortalecimento dos Comitês de Mortalidade Materna e VISIBILIDADE dos dados e informações obtidos destes.
-Criar mecanismos para ouvir a avaliação e sugestões das mulheres usuárias do SUS, que realizaram o parto pelo Sistema em Unidade Pública ou Conveniada.
-Disponibilidade de ANALGESIA de Parto pelo SUS como se realiza nos paises do primeiro mundo.
- Preparação dos profissionais para abordagem humanizada do pré-natal, do parto e pós-parto, com ênfase no respeito às diferença de gênero.
-Valorização e apoio às PARTEIRAS de todo o Brasil, que fazem acompanhamento da gestação, realizam o parto e orientam o pós-parto de muitas mulheres que estão distantes das Unidades de Saúde do SUS.
Acreditamos que a redução das taxas de cesárea implica o aumento do número de Partos Normais, a diminuição das taxas de Mortalidade Materna e Infantil, assim como a garantia da qualidade de vida para o binômio MÂE-FILHO, o que nos remete a ENXERGAR a MULHER além do reducionismo reprodutivo. Sendo ELA VIDA e estando VIVA precisa permanecer com todas suas QUALIDADES INTACTAS, após trazer à LUZ outro SER VIVO de maneira DIGNA e HUMANA, é o mínimo que a Sociedade e o Sistema de Saúde podem oferecer às Mulheres que enfrentam a Gravidez, Parto e Puerpério no Brasil.

ATO EM SÃO PAULO

domingo, 25 de maio de 2008

O NÚCLEO "LOANDA CARDOSO" DE PARAÚNA RECEBE A VISITA DE ELINE JONAS, PRESIDENTA DA UBM


Nesta última quinta-feira, 22 de maio, as companheiras do Núcleo do Centro Popular da mulher em Paraúna -"Loanda Cardoso"-, se reuniram mais uma vez para discutir sobre questões que motivam a luta das mulheres naquela cidade.
Na ocasião esteve conversando com as mulheres de Paraúna, a Presidenta da União Brasileira de Mulheres, Eline Jonas, a qual ressaltou a importância da igualdade de gêneros e relevância da organização das mulheres na luta pela diminuição da violência, preconceito e exploração das mesmas.
A presença de Eline Jonas, com seu exemplo de luta, contribuiu para incentivar as companheiras de Paraúna a se fortalecerem em seus ideais.
Durante o encontro, ouvimos o testemunho da senhora Maria do Carmo, mãe de Loanda Cardoso, que nos apresentou, emocionada, quem era sua filha, ressaltando que lembrar a morte de Loanda significava lutar para que sua história não se repetisse com outras crianças. Foi um momento de emoção para todos os presentes, servindo para que todos conhecessem a história daquela que deu nome ao núcleo do Centro Popular da Mulher em Paraúna.
A companheira Eliene Cardoso, apresentou sua monografia sobre a conformação do núclo Loanda Cardoso e falou sobre o perfil das mulheres da Vila Mutirão.
Na ocasião, também estiveram conosco, as estudantes de jornalismo da UNB, Maria e Camila, as quais se interessavam por conhecer a história do núcleo Loanda Cardoso, a fim de fazerem um trabalho sobre a organização das mulheres em Paraúna.
Foram alegres e ricos momentos de trocas de experiências e confraternização, que seguramente, além de ficarem gravados na nossa memória, também produzirão seus frutos.
Para o Centro Popular da Mulher de Goiás - CPM/UBM é sempre um prazer enorme poder compartilhar exemplos e experiências com essas mulheres simples, guerreiras e cheias de vida.
Já aguardamos com expectativas o próximo encontro, agendado para o dia 21 de junho de 2008.

PARA FORTALECER A LUTA CONTRA O ABUSO SEXUAL INFANTIL O CPM/UBM REALIZOU ATIVIDADES EM ESCOLA DA REGIÃO NOROESTE DE GOIÂNIA


No dia 21 de maio, no período matutino, o Centro Popular da Mulher esteve na Escola Municipal São José, situada no Jardim Primavera, conversando com aproximadamente 500 alunos dividos em 3 grupos, sobre os fatores que aumentam a vulnerabilidade das crianças e adolescentes de serem expostas a algum tipo de violência sexual. Foram abordados os graus de violências e como as crianças e adolescentes devem reagir perante esses crimes.






Os alunos com faixa etária entre 8 e 12 anos, ouviram atentamente sobre seus direitos, participaram fazendo perguntas e expondo suas angústias sobre o tema. As crianças que foram identificadas como sendo vítimas de abuso sexual estarão sendo ouvidas pelas professoras da Escola e seus casos encaminhados ao Conselho Tutelar.


Se discute uma parceria entre o CPM/UBM e a Escola Municipal São José para o atendimento psicológico a essas crianças, além de assessoria jurídica quando necessário; também se discute um treinamento com todos os professores, para que estes sejam capazes de identificar, abordar e dar encaminhamento adequado às crianças expostas à violência.

Nesse mesmo dia, no período noturno, o CPM/UBM esteve nessa mesma escola conversando sobre abuso com os alunos da EAJA, porém com um outro enfoque, tendo em vista que se tratava de alunos jovens e adultos, muitos deles, sendo os pais das crianças que participaram da reunião no período matutino.




O CPM/UBM espera com essa atividade proporcionar a esta comunidade possibilidades de enfrentamento para coibir os casos de violência contra a população infantil.