quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Centro Popular da Mulher (CPM) promove curso de formação política



Centro Popular da Mulher (CPM) promove curso de formação política Visando o fortalecimento político das mulheres nos mais diversos segmentos da sociedade


 

O curso "Mulher: mais política, mais poder" é um projeto da União Brasileira das Mulheres (UBM) realizado em todo o país. Pela primeira vez será ministrado em Goiânia. Lis Caroline Lemos, coordenadora do projeto na capital, é também relações públicas, estudante de jornalismo e diretora do CPM. Em entrevista ao site, explicou sobre o projeto e destacou sua importância para fortalecimento político das mulheres. O curso deve ocorrer em março, após VII Encontro do Centro Popular da Mulher, que completa 25 anos.

Qual o tempo de duração do curso?
O Projeto "Mulher Mais Política Mais Poder" vai oferecer um curso de capacitação para mulheres para que essas se empoderem na perspectiva de ocupar espaços de decisão nas mais diversas instâncias da sociedade. O curso é composto de 5 módulos de 32 horas cada. Nossa ideia é fazê-lo em 5 meses.

Quantas mulheres vocês esperam participar do curso?
O projeto original ocorre em todo o país, através da União Brasileira de Mulheres. São seis capitais contempladas: Curitiba, Vitória, Salvador, Recife, Manaus, além de Goiânia. Ao todo serão 300 mulheres capacitadas em todo o país, sendo 50 por cidade. Essas 300 mulheres devem multiplicar esses conhecimentos para um mínimo de 1200 mulheres. Então, no Brasil serão 1500 mulheres discutindo as relações desiguais de gênero que ainda permeiam a nossa realidade.

Uma das características do CPM consiste em trabalhar com universo plural de mulheres. Contudo, qual perfil de pessoas desse sexo que vocês esperam para o curso? Há alguma faixa etária, formação como pré-requisito ou que é mais provável de participar do curso?
Não temos um perfil específico. A ideia do projeto é justamente contemplar as mulheres em toda a sua diversidade: sindicalistas, jovens, idosas, lésbicas, estudantes, negras...O importante é que tenha alguma vivência de militância ou política e que estejam dispostas a compreender e estudar mais sobre essa questão de gênero.

Como surgiu a iniciativa da realização desse curso?
O projeto é uma iniciativa da coordenação nacional da UBM e teve como objetivo principal buscar o fortalecimento político das mulheres nos espaços de decisão e poder. Para se ter ideia do problema, o Brasil ocupa a 141ª colocação no que diz respeito à presença de mulheres nos parlamentos, num universo de 188 países. Aqui em Goiás, de um total de 246 municípios, apenas 18 são comandados por mulheres. Nossa Câmara de Vereadores conta com apenas quatro representantes do sexo feminino. Então, alguma coisa está errada.
De que forma o curso contribui para a vida cotidiana, profissional e formação intelectual das mulheres?
Isso só poderemos saber no fim do curso. Mas acredito que o principal mote desse curso é fazer com que as mulheres se empoderem e façam valer seus pensamentos, ações e decisões nos mais variados espaços da sociedade. O utópico é que essas 50 mulheres saíssem candidatas nas próximas eleições, pautando o debate político para a discussão de gênero. mas sabemos que esse é um longo caminho a ser percorrido ainda.

Poderia-se dizer que a maior pretensão do curso é formar mulheres capazes de enfrentar esferas de poder e política?
Sim, é esse o nosso principal objetivo com o projeto. e não só enfrentar essas esferas, mas que sejam conscientes dos problemas enfrentados por milhões de brasileiras todos os dias. Que essas mulheres internalizem que a discussão de gênero tem que ser vista como algo fundamental para a democracia e não como uma questão secundária. Afinal, como sempre dizemos "não basta ser mulher, tem que ser de luta".

Por: Nádia Junqueira,

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