domingo, 24 de fevereiro de 2008

FOI CONSTITUÍDO O NÚCLEO DO CENTRO POPULAR DA MULHER DA REGIÃO LESTE DE GOIÂNIA

NO DIA 23/02/ 2008 FOI REALIZADA A REUNIÃO DA REGIÃO LESTE DE GOIÂNIA NO AUDITÓRIO DO CAIS AMENDOERAS, CONTANDO COM A PARTICIPAÇÃO DE VÁRIAS MULHERES DOS DIFERENTES BAIRROS DAQUELA REGIÃO.
INICIALMENTE FORAM ABORDADOS TEMAS SOBRE AS CONDIÇÕES DE VIDA DAS MULHERES, SOBRE A IMPORTÂNCIA DA ORGANIZAÇÃO DESTAS PARA O ENFRENTAMENTO E POSSIBILIDADE DE MUDANÇAS DESSA REALIDADE, TAMBÉM FOI DISCUTIDO AS MANEIRAS DE COIBIR A VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES , APLICANDO A LEI "MARIA DA PENHA".
FOI CONSTITUÍDO O NÚCLEO DO CENTRO POPULAR DA MULHER NESSA IMPORTANTE REGIÃO ASSIM COMO FORAM PROPOSTAS PARA A COODENAÇÃO AS COMPANHEIRAS: REGINA, MAILE, LOURDES,LÍGIA E MARÍA DAS DORES.
ESTIVERAM PRESENTE NA REUNIÃO AS COMPANHEIRAS DO CPM: NEUSA, CAROL E NORMA.
A DATA DO PRÓXIMO ENCONTRO FOI AGENDADA PARA O DÍA 29/03/2008.
PARABÉNS À REGIÂO LESTE PELO NÚCLEO DO CPM E MUITO SUCESSO NAS LUTAS!!!!

O EMPODERAMENTO DAS MULHERES COMO CONDIÇÃO PARA ACABAR COM A VIOLÊNCIA DE GÊNERO. ( ELINE JONAS)


“...A VIOLÊNCIA É A EXPRESSÃO DA DESIGUAL DISTRIBUIÇÃO DO PODER E TEM SIDO EFICIENTE PARA OBSTACULIZAR O PLENO DESENVOLVIMENTO DOS SETORES OPRIMIDOS EM ESPECIAL DAS MULHERES...”
TRATA-SE DE UM MECANISMO SOCIAL E POLÍTICO QUE ACENTUA A SUBORDINAÇÃO ENTRE PESSOAS E ENTRE POVOS NA DISPUTA DA HEGEMONIA PELO PODER EM VIRTUDE DE SEU CARÁTER CONSTITUTIVO FUNDADO NAS RELAÇÕES DESIGUAIS TANTO ECONÔMICAS QUANTO DE CLASSE, DE GÊNERO E DE RAÇA/ETNIA.
AO ABORDAR ESTE TEMA ESTAMOS QUESTIONANDO AS RAIZES MAIS PROFUNDAS DAS DESIGUALDADES EXISTENTES NA SOCIEDADE. UMA NOVA CONSCIÊNCIA VEM SENDO CONSTRUÍDA AO LONGO DOS ÚLTIMOS TRÊS SÉCULOS COM RECHAÇOS E REAÇÕES DE HOSTILIDADE DOS QUE DETÊM O PODER E MANTÊM A ORDEM ESTABELECIDA.
A BUSCA DE UMA NOVA IDENTIDADE SOCIAL QUE REFLITA OS ANSEIOS POR UMA SOCIEDADE QUE VALORIZE A CONDIÇÃO HUMANA E QUE PERMITA A CONSTRUÇÃO DE NOVOS VALORES POLÍTICOS, SOCIAIS, ÉTICOS E MORAIS, SUPERANDO A DOMINAÇÃO SOCIAL E A OPRESSÃO ENTRE OS POVOS, QUE SE EXPRESSA NO INTERIOR DAS SOCIEDADES REFORÇANDO O PODER CONSTITUÍDO E IDENTIFICADA PELO TRAÇO DE CLASSE/RAÇA/ETNIA E NA SUBORDINAÇÃO IMPOSTA À MULHER NAS RELAÇÕES DE GÊNERO.
O REFERENCIAL DO FEMINISMO MARXISTA/EMANCIPACIONISTA COMO FILOSOFIA E AÇÃO POLÍTICA QUE TEORIZA A REALIDADE DAS MULHERES NA SOCIEDADE E FOMENTA UM AMPLO MOVIMENTO SOCIAL DE LUTA: DE CLASSE, DE GÊNERO E A ANTI-RACISTA-CONTRIBUINDO PARA AS CONQUISTAS POLÍTICAS E SOCIAIS NOS ÚLTIMOS TEMPOS. ESTA CONCEPÇÃO DESVELA AS CAUSAS DA OPRESSÃO SOCIAL HISTÓRICA E PROPÕE A RUPTURA COM AS RELAÇÕES TRADICIONAIS SUSTENTADAS PELA IDEOLOGIA QUE VALORIZA O PODER ECONÔMICO EM DETRIMENTO DOS VALORES HUMANOS, REFORÇANDO OS HOMENS COMO SERES SUPERIORES, PENSANTES E PRODUTORES E AS MULHERES COMO “O OUTRO” E, POR ISSO TRATADAS COMO SERES DE SEGUNDA CATEGORIA. ESTE FEMINISMO TEM SIDO CAPAZ DE DENUNCIAR A VIOLÊNCIA E DESENVOLVER A CONSCIÊNCIA E A BUSCA DO SABER PARA A CONQUISTA DA IGUALDADE E DA SOLIDARIEDADE, ELEMENTOS IMPORTANTES PARA SUPERAR A DESIGUALDADE SOCIAL ROMPENDO AS AMARRAS DA OPRESSÃO E DA EXPLORAÇÃO, AS QUAIS CONSTITUEM AS RAIZES DOS DIFERENTES TIPOS DE VIOLÊNCIA.
EXTRAÍDO DO LIVRO: VIOLÊNCIAS ESCULPIDAS, NOTAS PARA REFLEXÃO, AÇÃO E POLÍTICAS DE GÊNEROS. UCG-GOIÂNIA-2007.

ELINE JONAS: PRESIDENTE DA UNIÃO BRASILEIRA DE MULHERES – UBM. ORIUNDA DO CENTRO POPULAR DA MULHER-GO
DOUTORA EM SOCIOLOGIA E PROFESSORA DA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS – UCG.

A REALIDADE DAS MULHERES 76 ANOS APÓS O DIREITO AO VOTO E NA VÉSPERA DE MAIS UM 8 DE MARÇO


Ao longo do século XX, apesar de diversas etapas e resistências, as mulheres conquistaram direitos fundamentais, com a necessidade do respaldo institucional, inscrevendo na Constituição e nas leis o texto de cada vitória. No campo político, conquistamos, além do direito ao voto, a possibilidade de sermos eleitas para cargos eletivos. O direito à liberdade, à vida e o combate à discriminação. Lutamos por um atendimento de saúde que garantisse que nossa opção pela maternidade fosse sustentada por uma assistência de qualidade e que pudéssemos acompanhar nossos filhos nos primeiros quatro meses de vida em tempo integral, sem prejuízo salarial e de emprego. A legislação também avançou no que se refere a equidade dos salários entre homens e mulheres. No entanto, apesar das conquistas, entramos no século XXI com realidade e dados que nos remetem a séculos anteriores. Mulheres ainda morrem ao parir seus filhos, apanham dos companheiros como se propriedade fossem, recebem salários menores ao exercerem a mesma função que homens, empobrecem velozmente e acessam com muita dificuldade os espaços de poder. O desprezo do poder público é evidente e precisa ser confrontado com coragem, tenacidade e convicção, com ampla e poderosa mobilização das mulheres e homens deste solidário povo brasileiro para garantirmos o século da igualdade".
Jandira Feghali.

Conselho do Senado divulga nomes das homenageadas com Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz

A ex-deputada federal e médica Jandira Feghali; a Patrona do Feminismo Brasileiro, Rose Maria Muraro; a aeromoça "tia Alice"; a presidente da Associação das Parteiras de Jaboatão dos Guararapes, Maria dos Prazeres; e a médica geneticista Mayana Zatz receberão no dia 11 de março o Prêmio Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz. Elas foram as escolhidas da lista de 75 mulheres indicadas para a edição de 2008 da premiação que todo ano condecora mulheres que se destacaram pelo seu trabalho em prol dos direitos da mulher e questões de gênero em diversas profissões.
A premiação é coordenada pelo Conselho do Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz , que fica responsável pela avaliação dos currículos das candidatas ao prêmio. Integrado por oito senadores, esse colegiado é presidido pela senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) e tem como vice-presidente o senador Inácio Arruda (PC do B-CE). Para a entrega dos prêmios o Senado realiza uma sessão especial que também se destina às homenagens ao Dia Internacional da Mulher - 8 de março.
/ Agência Senado(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

JANDIRA FEGHALI PREMIADA


Jandira Feghali - Médica clínica geral e fundadora da União Brasileira de Mulheres do Estado do Rio de Janeiro, Jandira iniciou sua vida pública como sindicalista. Exerceu os mandatos de deputada estadual (1987 a 1991) e federal (1991 a 2006) e atualmente é titular da secretaria de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia, no município de Niterói (RJ). No Congresso, entre outras atividades, atuou com a bancada suprapartidária de mulheres parlamentares em defesa da saúde, a favor dos direitos humanos e contra a discriminação das mulheres.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

BOCA, BATATA E PERNAS: RELATO DE MULHER E DIREITOS DAS USUÁRIAS DO SUS

FARRE Margarita - Mulher esperando




Manhã radiante em Goiânia, propícia para ficar na fila de atendimento em um CAIS de um bairro periférico desta cidade. A conversa dos que estavam na fila me fez esquecer as dores e a vontade de vomitar que sentia e que me havia levado àquela Unidade de Saúde.

O alívio momentâneo apareceu quando vi que a porta do consultório se abriu para que eu fosse atendida, vi o médico sentado atrás da mesa, o qual me pergunta, sem me olhar, o que estava sentindo, não me dando tempo de sentar.

-Bom dia Doutor, estou sentindo dor na boca do estômago, sabe, e vontade de...Minha fala foi bruscamente interrompida.

-Olhe! O estômago não tem” boca”, assim como não existe a “batata da perna”, estou cansado das queixas de vocês que ficam inventando coisas e que não sabem falar, gente pobre é dureza!

- Peço desculpas Doutor, pela minha pobreza, quer dizer... por não saber falar...

-Pegue sua receita. O próximo paciente.

Saí do consultório pior do que entrei; chorando não pela dor da boca do estômago, mas pela minha pobreza e ignorância. Fui caminhando de volta para casa, revoltada com meus pais, que não me deram educação para falar com alguém de tanta classe como esse Doutor, pois, eu deveria conhecer a anatomia do estômago para merecer pelo menos o olhar desse distinguido profissional.

A revolta foi maior quando na minha casa, com o dicionário nas mãos fiquei sabendo que o estômago tem boca* sim, de tão grande, parece uma caverna cujo apelido é antro*; logo pensei que talvez somente o estômago de pobre tivesse boca, antro ou caverna devido às fomes sofridas. Estômago de gente instruída deve ter boquinha, caverninha ou antrinho.

Vomitei de vez quando li que a perna tem batata, quer dizer, que existe batata da perna*. Mas, o pobre só pode ter batata nas pernas de tanto andar e de esperar, afinal não estaria justificado o nome do músculo da perna: gastrocnêmico**; se tem batata tem de ter estômago, portanto as pernas dos ricos devem ter batatinha inglesa, batatinha doce, para que o antro do estômago aparente engolir pequenas fatias do bolo das riquezas.

Enquanto isso, eu persisto engrossando as batatas das minhas pernas, sem mamas e sem cabelos, lutando para que o câncer e a quimioterapia não acabem comigo, lutando para que o antro do desrespeito e da discriminação não destrua o que me resta de integridade e de dignidade.
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DEFINIÇÕES DO DICIONÁRIO MICHAELIS* Boca do estômago: parte medioventral superior, sobre ou em frente do piloro; epigastro; anticárdio.* Antro: sm (lat antru) 1 Caverna, cova ou gruta natural, escura e profunda, que em geral serve de covil às feras. 2 Morada de monstro ou fantasma. 3 Lugar perigoso ou de corrupção. ** Gastrocnêmico: adj+sm (gastro1+cnêmio) Anat Diz-se do, ou o músculo maior e mais superficial da barriga da perna, que se origina de duas cabeças dos côndilos do fêmur e tem seu tendão de inserção unido com o do solear para formar o tendão de Aquiles; também conhecido como batata da perna: parte de trás da perna ou panturrilha.
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DIREITOS DAS USUÁRIAS E DOS USUÁRIOS DO SUS: O segundo e terceiro princípios do documento esclarecem ao cidadão sobre o direito a um tratamento adequado para seu problema de saúde. Também fazem referência à necessidade de um atendimento humanizado, acolhedor e livre de qualquer discriminação (preconceito de raça, cor idade ou orientação sexual, estado de saúde ou nível social). CONHEÇA OS DIREITOS DAS USUÁRIAS DO SUS: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/cartilha_integra_direitos_2006.pdf


(Norma Esther Negrete Calpiñeiro)