quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Nota de Repúdio

Encontramo-nos indignadas com a notícia veiculada nos jornais da publicação de um " guia Turístico" postado no exeterior com o objetivo de atrair turistas ao Rio de Janeiro que classifica as mulheres cariocas em diversos tipos, especialmente como "máquinas de sexo".
Nós Mulheres da UBM repudiamos a atitude de todos que ainda perseguem e estimulam a prática da Violência contra as Mulheres em suas mais variadas facetas e junto com outras entidades assinamos o Manifesto abaixo:



NOTA DE REPÚDIO
Nós, mulheres representantes de diversos movimentos sociais, repudiamos a Editora Solcat Ltda pela publicação do guia "Rio for Partiers" e a decisão do juiz federal José Luis Castro Rodriguez, da 21ª Vara Federal, que negou o pedido da Embratur – encaminhado pela Advocacia Geral da União – para que esse guia fosse retirado de circulação.

O guia estimula a prostituição classificando as mulheres cariocas em diferentes tipos e instruindo o leitor sobre como garantir relações sexuais com elas. Dentre os tipos classificados encontram-se mulheres que são consideradas "máquinas de sexo" e o guia explica como identificá-las.
O referido guia reduz as mulheres à mercadoria, um produto a ser comprado e usado por turistas em sua visita ao Rio de Janeiro. Na venda de sexo, o comprador, homem, se encontra numa posição de poder, na medida em que a mulher é considerada apenas um objeto, para a satisfação exclusiva do seu comprador. Nesta posição de submissão, essas mulheres são expostas a diversos atos de violência.
Sabemos que muitos países têm a prostituição como estratégia de desenvolvimento pelo alto lucro gerado. Repudiamos a existência do turismo sexual e consideramos vergonhosos países que estimulam este "turismo" onde se naturaliza a compra e venda de mulheres em prol do lucro de multinacionais, companhias aéreas, de turismo e até mesmo os governos.
Reconhecemos a postura da Embratur como correta e repudiamos a atitude machista da publicação e da permissão da circulação desse guia sexual que representa a mercantilização, exploração das mulheres e incentivo à submissão das relações humanas ao dinheiro. Nós mulheres organizadas lutamos diariamente contra a mercantilização de nossos corpos e nossas vidas.
Reafirmamos: somos mulheres e não mercadoria!

AMAB - Associação de Mulheres de Búzios
Articulação de Mulheres Brasileiras
Bordadeiras da Coroa CACES – Centro de Atividades Culturais, Econômicas e Sociais
CAMTRA - Casa da Mulher Trabalhadora
CEASM- Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré
CEDIM - Conselho Estadual dos Direitos da Mulher
Comissão Defesa Direitos da Mulher da ALERJ
Confederação de Mulheres do Brasil - CMB
DCE PUC-Rio de Janeiro Federação de Mulheres Fluminenses - FMF
FENAS - Federação Nacional dos Assistentes Sociais
Forum de Juventudes do Rio de Janeiro
Forum Feminista do Rio de Janeiro
Forum Nacional de Movimentos e Organizações Juvenis
Grupo Tortura Nunca Mais/RJ Instituto Eqüit Instituto Imagem Cidadania
Instituto Vivendo-Gerus
Juventude do PT-RJ
Marcha Mundial das MulheresMovimento de Mulheres de Cabo Frio
Mulheres do Movimento Terra, Trabalho e Liberdade - MTL
Museu da Maré
NEPS-Maré - Núcleo de Estudos e Pesquisação Social da Maré
OAB – Mulher/
RJPVNC - Pré-Vestibular para Negros e CarentesRede Maré Jovem
Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos
Redeh - Rede de Desenvolvimento Humano
SASERJ Secretaria da Mulher Trabalhadora
CUT-RJ
Secretaria de Mulheres do PCdoB
Secretaria de Mulheres do PT-RJ
Sindicato dos Servidores das Justiças Federais – Sisejufe-RJ
UBM - União Brasileira de Mulheres
UEE - União Estadual dos Estudantes
UNE - União Nacional dos Estudantes
CPM/UBM-GO - Centro Popular da Mulher de Goiás

Um comentário:

ts disse...

Sou simpatizante de todos movimentos que pedem e lutam por seus direitos civís, mas seria interessante voce ler o livro antes de repudiar, se nao voce estará fazendo um ato tao grosseiro quanto o que voce acha que o autor do livro Rio For Partiers faz: o ato de preconceito.

Caso voce chegue a analisar o livro, voce verá que o livro não faz nada do que te deixou repugnada. Nao tem nada de incentivo a prostituicao, de machismo, ou submissao.

Igualmente, o juiz, por ser a pessoa que a civilizacao escolhe para "julgar" tais disputas, nao viu nada de errado. Podemos presumir que ele fez uma analisa mais profunda que voce.

O erro que voce esta cometendo é de presumir que com as suas informacoes limitadas, que voce pegou somente em outros jornais "marrons" e escandalosos e sem analisar o livro e o processo. Esse erro chama-se "regurgitação de informação", e é tão desnorteante quanto ficar no final da fila de um "telefone sem-fio".

Quem perde sao seus leitores.